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Opinião
19/10/2017 - 05h55
A fragilidade ao redor do presidente
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Independente do que venha lhe acontecer por conta da segunda denúncia do ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, ora em discussão na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer precisa adotar certas cautelas para se proteger e, na medida do possível, preservar o seu mandato e o andamento do governo. Desde o dia 29 do mês passado, o número do seu telefone celular privado esteve divulgado ao público no site de Câmara dos Deputados e, mesmo assim, ninguém o avisou até que ele próprio atendesse à ligação de um jornalista que descobriu a exposição do aparelho e para ele telefonou. A surpresa foi tão grande, que o próprio Temer não teve como se passar por outra pessoa – um expediente muito comum usado pelos famosos - e acabou por admitir ser ele mesmo e, já que o fez, concedeu uma entrevista não programada ao interlocutor. Sorte do jornalista, que viu seu trabalho render.

Outra coisa que não poderia ter acontecido ou não chegar ao ponto em que chegou é a rusga entre o advogado de Temer e o presidente da Câmara. Mesmo administrada, a desinteligência deixou rupturas como aquela velha garrafa que um dia guardou pimenta e ainda conserva o ardume. Isso sem dizer que o maior de seus problemas, o presidente da República arrecadou ao receber fora de hora e de agenda, em sua residência oficial, o empresário Joesley Batista, que o gravou, denunciou, deu elementos para toda a instabilização do governo e hoje está na cadeia. Destaque-se que a segunda denúncia de Janot também tem base naquela gravação.

Michel Temer vem de uma longa vida pública. Já foi secretário da Segurança Pública em São Paulo, procurador do Estado, deputado e presidente da Câmara. É alguém suficientemente informado sobre os cuidados exigíveis de qualquer detentor do poder. Além dele próprio cuidar-se, deveria buscar mais eficiência naqueles que o guardam, para evitar contratempos. Alguém de seu staff deve ter a obrigação de verificar o vazamento de informações sobre a intimidade do governo. No caso do telefone celular revelado pelo doleiro Lúcio Funaro e divulgado no portal da Câmara dos Deputados, o número deveria ter sido trocado imediatamente, e não foi. Se o mesmo rigor fosse observado na visita de Joesley, muita dor-de-cabeça teria sido evitada. Até o próprio Temer, como cidadão, se beneficiaria pois, mesmo que não o afastem do poder, as duas denúncias da PGR deverão ser por ele respondidas depois que sair da presidência.

Os acontecimentos que acabam por envolver diretamente o presidente, infelizmente, nos conduzem à impressão de extrema fragilidade do governo. É preciso adotar cautelas para evitar novas trapalhadas e até a possibilidade de algo ainda mais grave vir a ocorrer. Loucos não faltam para buscar seus cinco minutos de fama, mesmo que isso possa custar muito caro a muita gente e até ao país...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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