(I) SOCIALISTA ADORA GASTAR DINHEIRO a rodo - em nome do povo, é claro - desde que a sociedade pague toda a conta do esbanjamento social promovido por ele e que, de preferência, ele possa pôr a culpa pelas suas irresponsáveis lambanças no lombo dos outros. Se possível na paleta dos seus adversários porque, desse jeitinho maroto, fica bem mais fácil posar de menino bonzinho e mal compreendido perante os olhares amigos das câmeras do mundo. (II) QUERER O BEM DO POVO NÃO PODE SER jamais confundido com a prática de submetê-lo ao domínio dum grupelho político que promove a sua dependência perene através duma esmola estatal ofertada como se fosse uma espécie de maná caído dos céus que é oferecido por uma suposta deidade Estatal. Aliás, o caboclo que vê nisso algo que mereça ser festejado só pode ser um cínico. Na melhor das hipóteses, só isso. Um cínico de marca maior. Na pior das hipóteses é melhor a gente nem saber que tipo de pessoa um caipora desse é, não é mesmo? (III) UMA PESSOA QUE LÊ QUALQUER COISA com a generosa vontade de compreender o que está codificado no tortuoso traçado das linhas, direta e indiretamente, está ampliando o seu horizonte de compreensão e aprofundando a sua humanidade. Resumindo: o caboclo estará crescendo em espírito e verdade. Já um indivíduo que lê, uma frase que seja, carcomendo-se de raiva e rancor, dificilmente irá decodificar alguma coisa, seja nalguma linha escrita, seja no traçado de sua porca vida. Resumindo: o caboclo continuará sendo o sujeito mesquinho que é, por mais que tente disfarçar isso com suas supostas preocupações éticas e sociais, haja vista que, tais preocupações, sempre foram, e sempre serão, o último refúgio dos canalhas.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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