Que horror! Quando ligamos o televisor ou, o rádio, ou lemos algum jornal de cara temos notícias sobre os escândalos de corrupção da atual governança da nação brasileira. Horror não o fato de elas estarem noticiando essas coisas degradantes. Isto é ótimo. O que é de carcomer as entranhas é o fato de termos de ficar a apreciar esse grande espetáculo de falso moralismo entre revolucionários e fisiológicos, ambos, por sua própria natureza, posições políticas degradantes.

Práticas típicas da cultura política brasileira como troca de favores, tráfico de influência, esquemas de caixa dois, clientelismo, assistencialismo, empreguismo, pelegagem etc. Práticas adotadas tanto pela destra como pela sinistra em sua luta ensandecida pelo poder. A única coisa que muda, em ambos, é a coloração ideológica que dá o tom teleológico de suas práticas.

No caso da destra fisiológica, é realizar a manutenção de sua casta encastelada nas entranhas da estrutura leviatãnica brazuca, garantindo que os interesses dos grupos de pressão que lhe apóiam sejam atendidos. No caso da sinistra, deseja-se introduzir, gradativamente, a sua casta dentro da maquinaria estatal e assim fazer uma nomenklatura que venha a ser senhora de todo o Estado e, conseqüentemente, de toda a nação.

Mas, e daí? Ora, tudo isso é muito bem envernizado com palavras áureas como: “somos representantes do povo e devemos agir como tal” e blábláblá. O curioso é conseguirmos definir o que é esse tal de povo no discurso desses biltres. Se partirmos dos conceitos que definem a prática da política patrimonialista brasileira veremos com clareza que povo, para estes, nada mais seria que sua corriola clientelista, seu curral eleitoreiro e nada mais.

Basta, para tanto, ver a situação de penúria que muitos municípios acabam ficando quando o prefeito eleito integra uma sigla partidária que está em posição oposicionista ao governo Federal e/ou Estadual. Estes, segundo esses parasitas empedernidos, não são cidadãos e assim, seres indignos de serem atendidos com recursos públicos caindo em profundo ostracismo fiscal. Isso sim meu amigo, é “federal”.

Por isso digo que se realmente desejamos que cenas patéticas como essa que estão sendo encenadas no Planalto Central, o melhor caminho que há é a descentralização e a desburocratização do Estado Brasileiro pois assim, nós, cidadãos, contribuintes, estaremos mais próximos dos recursos e teremos meios mais eficazes de controlar o seu uso sem termos que nos submeter a vaidade de nossos “representantes federais e estaduais”.

Mas, mesmo assim, eu me indago: será que alguém da destra ou da sinistra desejam realizar algo desta monta? Bem, o negócio é falar mesmo em nome do tal povo sem nada fazer de concreto e efetivo para ele, digo, para nós. Aliás, sobre isso eu ainda me pergunto: será que realmente alguém deseja isso? Será que lá no fundinho o desejo dos “cidadãos” brazucas não é fazer parte da panelinha de algum estatólatra?