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Opinião
11/12/2017 - 07h35
Segurança pública, problema de Estado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Virou moda atribuir a violência e a criminalidade à falta de policiamento ou aos métodos de trabalho empregados pela força policial. O tema já sustentou muitas campanhas eleitorais e serviu de instrumento para os agitadores sociais atingirem seus objetivos. Uns clamam por maior presença policial, outros contestam os métodos de trabalho e poucos são os capazes de reconhecer que a violência é um mal social e não depende da polícia. O professor Rafael Alcodipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma categoricamente que a parte da polícia na questão da segurança é de 20% e o resto é questão social. “A gente precisa parar de ver segurança pública como responsabilidade só da polícia; segurança é responsabilidade de um conjunto de ações sociais do Estado para evitar a entrada ou tirar a pessoa do crime, e a polícia tem que ser igual a UTI do hospital, o último recurso”.

Falando a estudantes da Fundação Getúlio Vargas, o especialista diz que o Estado precisa fazer a sua parte e, especificamente com relação às polícias, é necessário desarmar os espíritos. Tanto a sociedade em relação à polícia quanto a polícia em relação à sociedade, entendendo ambos os lados que todos são seres humanos, com todas as suas virtudes e fragilidades. Defendeu ainda a adoção pelos políticos e governos de políticas sociais e não de propostas de repressão, que fazem o discurso fácil daqueles que saem em busca de votos.

É importante compreender que a polícia nada mais é do que um grupo de cidadãos a quem a sociedade entregou a tarefa de cuidar da segurança. Os policiais também são integrantes da sociedade e no momento em que estão fora do trabalho, são igualmente credores da proteção da instituição cujo objetivo básico é combater o crime. Destaque-se que, antes de voltar sua ação para o público externo, a instituição policial exige o devido cumprimento legal do seu componente. Ao ingressar, o homem ou mulher é treinado, passa por testes e só depois disso é levado ao trabalho, executado sob normas rígidas e permanentemente acompanhado por uma corregedoria que apura os excessos e pune as irregularidades.

Na linha de raciocínio do prof. Alcadipani, é importante cultivar a convivência pacífica entre policiais e não policiais, lembrando-se que, acima de tudo, são seres humanos. É do interesse geral encontrar o elo perdido que antagonizou a instituição e setores da sociedade e todos compreenderem que segurança é um problema de Estado. A polícia é o último recurso, para ser usado quando falharam o entendimento e todos os outros meios. Temos de compreender que policia não aumenta e nem diminui o crime. Se for colocada massivamente num ponto, os criminosos simplesmente mudarão de lugar e continuarão a praticar seus ilícitos. As cadeias superlotadas mostram o quanto as polícias têm trabalhado. Mas se não tivermos ações sociais preventivas que desmotivem o crime, a insegurança continuará e poderá, até, aumentar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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