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Opinião
27/06/2005 - 16h25
Ontem hoje e amanhã
Ronaldo Dias
 
Flash-back: matéria de 01/10/2000 - onde estamos hoje? No amanhã de ontem?

A baixa temporada têm sido cada vez maior e a alta, cada vez menor. O que estará acontecendo? Afora os problemas econômicos que diminuíram o poder aquisitivo da classe média, que sempre foi a nossa maior cliente, outros fatores tem sido determinantes nas escolhas dos seus locais de lazer. Para quem conheceu, os "bons tempos" do turismo em Ubatuba, pode confirmar que os visitantes daquela época, buscavam e valorizavam aqui, a paisagem, a simplicidade, a segurança e a exclusividade proporcionada pela dificuldade de acesso e de hospedagem. Eles tinham disposição para vir e pagaram muito bem, por muito tempo, principalmente pela "exclusividade" (para poucos). Estes fatores somados, endossavam a "badalação". Era CHIQUE. Eram invejáveis, por qualquer ouvinte, as de férias de verão em Ubatuba. Para aqueles que atendiam esta clientela, fiel e assídua, a recompensa era gratificante. Gente educada, consumista, que sabiam valorizar um bom cardápio, uma carta de vinhos, mesmo que servidos em um modesto quiosque de praia. Os meios de hospedagem, também simples, ao nível de uma boa cama, um bom banho, quando muito, um ventilador de teto. Poucas pessoas, pouco uso, pouca utilização dos espaços, a paisagem e a arquitetura colonial quase intocada, o folclore e o modo caiçara de viver e contar suas histórias encantavam os visitantes. Esta era a "moto - contínua" daquela época. Garantiam a tal "EXCLUSIVIDADE". Com poucos, o comércio e a cidade faturavam muito. Descaracterizamos este conjunto tão determinante do nosso sucesso de então. Os meios de comunicação, e a liberação de viagens ao exterior proporcionaram o crescimento das operadoras de turismo que começaram a oferecer, maciçamente, outros destinos turísticos, principalmente os localizados na Flórida e no Caribe. Tais acontecimentos, geraram resultantes invisíveis para nós, tão distantes deste palco e acomodados em nossos sonhos passados. Nestas novas alternativas de destinos turísticos, a nossa antiga clientela "provou" do "maná" do turismo organizado. Um "trade" de infra-estrutura pertinente e tecnologia avançada. Hotéis Gran - Turismo, restaurantes sofisticados, atendimento VIP, impecáveis serviços acessórios, amparados pelo baixo custo dos vôos fretados. Outros destinos internos também deram, com maior ou menor sucesso, o ar da graça. Esta receita, substituiria, com incalculável vantagem a tal "EXCLUSIVIDADE", junto com todos os nossos outros predicados. Foi o fim da festa. Vagos os espaços, acessos melhorados, veio a desordenada massificação. A construção civil aloprada foi a locomotiva. Aloprada, por não termos pensado em aproveitar sua força e colocá-la nos trilhos certos. O resto foi vagão. Veio atrás. A "idéia" da tal "EXCLUSIVIDADE" muito divulgada, e a localização tida como "badalada" fez o trabalho de marketing para o setor, que, encontrando áreas muito nobres e relativamente baratas, sentiu que com pequenos "acertos" na legislação, a grande vedete seriam os "predinhos" de baixo custo de construção. Três ou quatro andares, sem elevadores. De preferência de um ou dois dormitórios. Predinhos e predinhos que vendiam, até em suaves prestações, o sonho de um apartamento no paraíso. Apartamentos de um dormitório, que pagam, para 2 mas que acomodam 12. Casas para 6 que recebem ônibus com 60. Quantos e quantas. Lei de Gerson. Super população. Não cabe todo mundo. A estrada não comporta o trânsito. Fim do funil. Trocamos o conceito. A transformação, veio a galope. A super ocupação dos espaços disponíveis, agravada pela migração descontrolada (que veio para construir e não foi) mesmo ilegalmente, ocupa áreas de preservação permanente, somada a total falta de recursos para qualquer investimento, mesmo que, apenas para planejamento, nos coloca em rota de colisão com o caos. Os sintomas são: a degradação do meio ambiente, no seu sentido mais amplo; a decadência, por falta de ocupação, do comércio regular, principalmente os voltados para o turismo propriamente dito; o crescimento do comércio ambulante e de favores políticos; o descontrole administrativo dos serviços municipais; o IPTU passa a ser receita única e junto a precária infra-estrutura disponível, atinge níveis insuportáveis. Aumentam todos os índices negativos de qualidade de vida. Os empresários debandam. Os investidores se afastam. A mão de obra especializada desaparece. Os empregos viram subempregos. A população entristece e desanima. A cidade se decompõe e vira depósito de despejo para indigentes, mendigos e desocupados, rejeitados de suas cidades de origem. A recondução da cidade à sua vocação turística, será um trabalho que consumirá tempo. Muito tempo. E recursos. Muitos recursos. Quem tem os dois? No passado, não demos atenção na escolha das iscas. Vejam só o bicho que veio. Exacerbar o pessimismo? O realismo? Ou o otimismo? Depende dos olhos de quem vê! Tem gente que enxerga até no breu. Têm dois super, Supermercados se instalando por AQUI. Sonhadores de ontem? Cegos de hoje, ou videntes do amanhã? Vou correndo marcar uma consulta com a baianinha do acarajé para consultar os orixás! Quem sabe, eles saibam.

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