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Opinião
23/12/2017 - 08h33
PMEs e o mercado árabe
Rubens Hannun
 

As 22 nações da Liga de Estados Árabes há tempos formam um importante mercado para produtos brasileiros, notadamente açúcar, carnes, minérios e grãos. Trata-se de um mercado que gera anualmente para o Brasil US$ 12 bilhões em exportações e um superávit de pelo menos US$ 7 bilhões, numa relação na qual nosso país goza de boa reputação pela qualidade de seus produtos e confiabilidade no fornecimento.

Esses fatos, por si, enquadram os árabes como parceiros estratégicos nas relações brasileiras. Mas a importância deles vai além. Nos últimos anos, os árabes não apenas se tornaram um importante destino das nossas commodities, mas, de forma crescente, vem comprando produtos de valor agregado produzidos, principalmente, por pequenas e médias empresas, que perfazem 96,5% das organizações empresariais do Brasil e geram 53,5% dos postos de trabalho.

Existem casos realmente excepcionais de empresas que conquistaram sucesso no mundo árabe. Recentemente auxiliamos uma construtora brasileira já bem estabelecida a instalar uma filial em Dubai. O início foi a participação modesta em uma feira do setor realizada nos Emirados Árabes. Pouco a pouco, os negócios vieram e hoje a empresa já conta com alguns dos maiores projetos hotéis do emirado em seu portfólio.

Há também uma empresa familiar que está vendendo chuveiros elétricos no Sudão, com direito a comerciais no horário nobre. Outro caso é o de uma produtora de rochas ornamentais que já fez grandes negócios no Golfo e tem seus produtos – com as cores únicas do solo do Espírito Santo – cobrindo um dos mais luxuosos hotéis de Dubai, entre outras construções do emirado.

Essas empresas encontraram seu espaço no mundo árabe do zero, com a ajuda da Câmara Árabe: estabeleceram contatos com parceiros em potencial, criaram os laços de confiança que viabilizaram o primeiro negócio, apresentaram um produto que atendesse às necessidades de cada mercado em termos preço e características e, principalmente, zelaram pela constância no fornecimento.

Muitas perseveraram e agora, com uma estratégia de marketing adequada à realidade daquele mercado, estão numa nova fase, conquistando novos consumidores a cada dia, principalmente depois de investirem em certificação halal. Outras estudam formas de acessar os mercados europeu e norte-americano por meio dos países árabes, alguns dos quais com acordos de livre-comércio já firmados e em vigor com essas regiões.

No entanto, muitas oportunidades ainda permanecem inexploradas, principalmente no segmento de alimentos orgânicos, halal e gourmet, de cosméticos halal, que inclui também produtos masculinos. Nos países árabes, aliás, homens compram tanto quanto – ou até mais – cosméticos que as mulheres. Há também nichos muito expressivos, como equipamentos médico-hospitalares, autopeças, tecnologia da informação, entre outros mercados.

No nosso entendimento, é crucial que as PMEs brasileiras participem desse mercado, que continuem a expandir o papel de destaque que já exercem nas relações comerciais do Brasil com os árabes. É por essa razão que, no calendário de ações para 2018, vamos organizar uma série de atividades de demonstração/degustação de produtos em shoppings, centros comerciais, feiras no mundo árabe, além de ações em mídias sociais para promover produtos e serviços brasileiros.

Mas só o nosso empenho e o do empreendedor brasileiro não bastam. Também precisamos intensificar as ações para favorecer a competitividade industrial, as políticas econômicas e cambiais de forma a estimular as exportações. Também há de se intensificar as atividades de promoção de produtos brasileiros no exterior, com mais missões comerciais e políticas de atração de investimentos.


Nota do Editor: Rubens Hannun é presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

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