13/05/2024  05h06
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
03/01/2018 - 07h48
O emprego das tropas federais
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Merece toda a atenção da comunidade, principalmente dos governos estaduais, a manifestação do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, preocupado com o emprego frequente do Exército na manutenção da segurança pública. Através do Twitter, o militar lembrou que é a terceira vez em 18 meses que as tropas federais são deslocadas para o Rio Grande do Norte com a finalidade de suprir a falta da polícia estadual em greve. Isso também ocorre no Rio de Janeiro e recentemente foi registrado no Espírito Santo. Embora existam para atuar supletivamente, o uso frequente ou continuado dessas tropas torna-se preocupante. Em vez de deslocadas em apoio, estão elas sendo levadas a substituir as polícias locais cujos integrantes, insatisfeitos, recorrem à paralisação.

A insatisfação é uma tônica nas polícias civis e militares das 27 unidades federativas. Todas clamam por melhores salários e condições eficientes e dignas de trabalho. Os governos, seus patrões, alegam falta de recursos e, muitas vezes, recorrem a abonos e outras mágicas que em vez de resolver os problemas, acabam criando mais dificuldade. Os recursos operacionais, embora sejam frequentemente citados em propaganda oficial, são aquém das necessidades e aumentam o risco da profissão. Policiais com viaturas e armamento simples e até deficiente são levados a enfrentar as quadrilhas superequipadas e dotadas de logística como aquelas que ousam assaltar transportadoras de valores, bancos e, para garantir a fuga, metralham as unidades e viaturas policiais.

Com parcos recursos para o trabalho, salário incompatível com o risco de sua atividade, falta de reajuste determinado por lei (como é o caso de São Paulo), o policial sente-se abandonado pelo seu empregador e, sempre que pode, migra para outras profissões ou carreiras. Os que não conseguem mudar, atuam insatisfeitos e frustrados. O número de suicídios na classe é prova disso. Sem falar da perseguição que sofrem quando ocorrem confrontos e suas atitudes são francamente contestadas pelos inimigos da corporação, muitos deles parceiros políticos do governo-patrão.

Desde a redemocratização, as polícias têm sido prejudicadas pela postura demagógica dos governos ditos democráticos. Os governantes estaduais precisam compreender que manter a polícia em boas condições é sua obrigação. Deixá-la entregue à própria sorte é a mais perigosa das opções...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.