Às vezes nos esquivamos de cumprir um dever. Quando é algo leve, não constitui falta grave. O mesmo não ocorre quando deixamos de cumprir com algo que nos comprometemos, algo sério, não é só chato, mas pode ser quase vexatório. No tocante a compromissos sociais não, estes é só não ir, nem é preciso dar satisfação, não é o fim do mundo, mas algo cacete, não há nada mais chato e ridículo do que as tais reuniões sociais. Mas há momentos que não podemos deixar de assumir a nossa falta. Refiro-me a quando alguém é acusado por uma falta que não cometeu e que fomos nós que cometemos. Vou ser franco: quem não assume de imediato a culpa, quem deixa outro ser acusado em seu lugar, não é só injusto, fraco e covarde, é também um mau caráter e, como estou com a mão na massa, acho que é um canalha. É alguém que renunciou à honra. Vira um traste. A honra é a poesia do dever, e pouco se perde quando não se perde a honra. Acho lindo quando vejo alguém assumir uma culpa livrando um próximo inocente, acho que além de se redimir é alguém digno. Mas quando vejo alguém se esquiva de uma falta que cometeu e deixa outro pagar por ela, isso me revolta, perco o respeito por essa pessoa. Mais: abro o bocão e boto tudo em pratos limpos. Já fiz isso ene vezes. É preciso assumir, não arranca tampo e não é um favor, mas um dever. Inté.
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