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Opinião
26/01/2018 - 06h50
Glamour, abuso e punição
Zair Candido de Oliveira Netto
 

No começo da década de 80, o esporte foi a vedete das políticas internacionais, com a Guerra Fria a todo vapor entre a antiga URSS (União das Repúblicas Soviéticas Socialistas) e os EUA (Estados Unidos da América), e foi transformado em uma ferramenta de soberba e disputa entre as nações. Essa disputa pelo poder certamente gera uma competição que extrapola os valores esportivos estabelecidos pelo idealizador dos jogos olímpicos atuais, Barão de Coubertin, que usava o lema "o importante não é vencer, mas competir. E com dignidade" - frase que não foi de sua autoria, mas que se tornou um lema para o esporte competitivo da era moderna. Mas parece que a extinção da antiga URSS e a criação do estado da Rússia não tirou dos governantes o modelo competitivo característico de vencer a qualquer custo.

O controle mundial de fiscalização anti-doping é feito pela WADA (World Anti-Doping Agency), órgão independente e liderado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), e se dá em todas as competições oficiais, como campeonatos mundiais e olimpíadas, além de ações de fiscalização relâmpago em treinamentos e locais onde os atletas vivem. Porém, em nações como a Rússia e a China, esses processos de fiscalização sempre são dificultados, com atletas sendo deslocados para locais de treinamento muito distantes.

A suspensão da equipe nacional da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno foi a mais dura punição a uma nação em Jogos Olímpicos por causa do doping, e também a mais correta. A verdade é que não podemos mais ficar refém de estruturas governamentais bloqueando e escondendo informações criminosas, doping e crime no esporte. Sabemos ainda que há muita tecnologia a favor da prática e novos desafios para a WADA, como a nova geração de doping genético. Na pirâmide estrutural esportiva que envolve governantes, dirigentes desportivos, treinadores e atletas, cada um deve ter a sua carga de responsabilidade em prol do esporte. Punições como a da Rússia parecem ser apenas o início de uma nova era de controle, já que existem mais situações em processo de fiscalização e não ficaremos surpresos se outras nações forem punidas no futuro, mesmo que de forma retroativa, como aconteceu com alguns atletas russos que tiveram que devolver as medalhas obtidas na Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia.

Todo o glamour que envolve o esporte, a busca pelo primeiro lugar, fama, retorno financeiro e a promessa de reconhecimento mundial levam entidades e esportistas a cometerem abusos ilegais e a procurarem formas de burlar as legislações vigentes de controle desse tipo de substância. A WADA está em constante evolução para caminhar a frente de laboratórios e pesquisadores que em prol da ciência para o desenvolvimento do esporte, acabam criando novas tecnologias de doping. O fato é que será difícil acreditarmos na quebra de recordes após presenciarmos o que está acontecendo com a Rússia, que sempre foi uma referência mundial no esporte de alto rendimento, mas infelizmente, com a ajuda do doping.


Nota do Editor: Zair Candido de Oliveira Netto é coordenador de Educação Física da Universidade Positivo.

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