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Opinião
01/02/2018 - 06h51
De presidente a presidiário
Percival Puggina
 

A persistência de alguns seguidores mostra que, apesar do prazo de validade vencido, o petismo persiste como um potente alucinógeno.

Enquanto apreciava os minuciosos e precisos votos dos desembargadores federais que aumentaram as penas de Lula, eu me lembrava do powerpoint. É, esse mesmo em que você está pensando e que foi empregado pelo MPF, em 2016, para mostrar a rede da organização criminosa já identificada pela Lava Jato, tendo Lula no centro das atividades. Em relação às investigações da força-tarefa, aquele powerpoint representava o conhecido bordão - “Não entendeu? Quer que eu desenhe?”. Pois foi exatamente a posição proeminente de Lula que, neste processo, em grau de recurso, levou os desembargadores federais a lhe agravar a pena. Uma pessoa em tão alta função não poderia fazer tais usos de seu poder.

Na maioria dos processos contra o ex-presidente salta aos olhos o fato de tantos empreiteiros e empresários se sentirem devedores a ele dos favores que lhes eram sugeridos ou solicitados: o aluguel do apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo, o tríplex de Guarujá e seus equipamentos, o depósito da “tralha” da Presidência, o terreno para o Instituto Lula, os convites para as palestras de alto cachê, a conta corrente no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht e o sítio de Atibaia formam a parte já visível desse iceberg de relações espúrias.

Lula e o lulismo, o PT e o petismo se consideram protagonistas de um projeto socialista, opção presente em praticamente todos os documentos do partido. O resultado, desde a fundação em 1980, é uma insubmissão à ordem vigente, que acusam de ser burguesa, elitista e desatenta ao bem dos pobres. Lula e o PT estão, assim, do outro lado do muro ideológico que constroem, assumindo-se como protagonistas da justiça social, insubmissos às exigências da moral burguesa, fazendo de seus bandidos “guerreiros” e “heróis”. Eis aí o selfie do lulismo e do petismo, a imagem que reproduzem sem cessar e na qual se veem essencialmente virtuosos. Ela, a autoimagem, “santifica” todas as ações praticadas à margem da lei! Por isso, age o PT dentro e fora das instituições, conforme lhe convenha a cada momento ou circunstância. A regra de ouro é a própria conveniência, sempre vista, mesmo quando puramente pessoal, como subsídio ao projeto revolucionário. E tudo se justifica pela suposta supremacia moral que seria inerente ao projeto político. Se o leitor não percebeu, acabei de traçar um denominador comum a todos os totalitarismos e a seus abusos.

Pois bem, o alto comando e a plebe petista estiveram em Porto Alegre. Enquanto a elite socialista se hospedou no Sheraton, a patuleia acampou num parque, à beira do Guaíba, sob chuva e vento. Enquanto a turma do andar de cima se regalou nas mais sofisticadas churrascarias da cidade, a turma sob a lona, a turma da pobreza que não existe mais, a turma que, segundo Lula, agora “viaja de avião”, foi no cardápio tradicional: sanduíche de mortadela.

Após 14 anos no governo, o legado desse suposto zelo pelos pobres inclui, também, o estrago causado pela propaganda do socialismo, que, mentalmente, arrasta parcela da nação para o atraso. E vai além, exibindo a pobreza que vemos, os 13 milhões de desempregados, a economia em frangalhos, a desastrosa educação pública, os precários serviços de saúde e a criminalidade multiplicando seus indicadores em proporções aterrorizantes. Um dano que talvez não se repare em uma década.


Nota do Editor: Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

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