Não nego, às vezes vou a um desses locais que vendem comida a quilo, os self-services... Mas não gosto, detesto. Sou daqueles que só gosta de comida feita na hora, de preferência caseira e simples, sem sofisticação, apenas com o tempero tradicional. Sofisticou eu não como, sou matuto e chato, prefiro ficar com fome. Se comer é a pulso. Juro.

Da mesma forma sempre encarei o sexo. Tudo bem, a perigo, quando era mais moço arriscava um sexo a quilo, às vezes até nos "self-services", um sexo frio, sem sentimento, aquela coisa casual, maquinal. Aquela quentinha sem gosto e sem tempero, comida a quilo...

Posso estar sendo meio grosseiro e antiquado. Sou grosseiro e antiquado. Acho que sexo é poesia, entrega, partilha, mesmo que seja o chamado pulada de cerca, ele tem que ter alguma afinidade, coisa de pele, atração, algum sentimento, um certo romantismo. Sem isso é sexo de galo. Tem que ter alguma coisa além do ato em si, tão ligados? Que coisa triste o sexo maquinal. Parecem dois robôs. Sem papo, sem humor, sem intimidade, sem carinho um pelo outro e... Sexo tem que obedecer a um ritual, romance, carinho, ternura, preliminares, patati-patatá gostoso e... o depois, não pode ser findou e priu. Tem que haver o mesmo carinho a mesma ternura, humor, entendimento. Sem isso é comida a quilo.

Sexo, hermanas e hermanos, é poesia, carnaval e partilha, além de romance. Sexo frio, maquinal e sem atração e reciprocidade é comida sem gosto, comida a quilo. Inté.