Levantamentos apontam que cerca de 10% da população brasileira sofre de asma. Em São Paulo, os asmáticos somam dois milhões e, nesta época do ano, costumam lotar os prontos-socorros de hospitais públicos e privados. Somados aos portadores de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), resultam em um grupo que está constantemente vulnerável a fatores que desencadeiam crises, como infecções virais, poluição do ar, fumaça de cigarro, frio e até mesmo a instabilidade emocional.

"O Grupo de Educação Continuada em Asma do Hospital Paulistano oferece palestras e aulas gratuitas aos pacientes e seus familiares, objetivando melhorar o controle da doença e reduzir as idas ao Pronto-Socorro e as hospitalizações. A iniciativa garante melhor qualidade de vida ao paciente asmático", diz a doutora Maria Alenita Oliveira, coordenadora das atividades.

Três pneumologistas coordenam os cursos. Enfermeiras e fisioterapeutas ensinam medidas de controle ambiental para evitar fatores que desencadeiam as crises de asma e o correto uso dos medicamentos.

Segundo a médica, é muito comum haver dúvidas relacionadas à utilização do arsenal farmacêutico e dos dispositivos, comprometendo o tratamento do paciente. "Quando a pessoa não entende as recomendações médicas, não utilizando de forma adequada os medicamentos, pode haver a deterioração do quadro pulmonar, agravando a falta de ar e obrigando o especialista a trocar a medicação por substâncias cada vez mais agressivas. Isso tudo é resolvido através de esclarecimentos transmitidos nas aulas", diz a pneumologista.

Além do uso de medicação antiinflamatória, a base da prevenção das crises de asma é ensinar o asmático a evitar os "gatilhos" que desencadeiam as crises respiratórias e o reconhecimento precoce da perda de controle da doença. Doutora Alenita aponta dicas que "valem ouro" para os asmáticos:

· Antes de a crise evoluir, procure o médico e comece a tomar as medicações prescritas;
· Pratique esportes como natação e caminhada;
· Evite ambientes fechados e onde haja fumantes. Prefira passeios ao ar livre;
· Evite lugares onde há cheiros fortes de tintas, inseticidas e amoníacos, por exemplo;
· Evite o contato com cães e gatos;
· Cuide dos fatores emocionais que também desencadeiam crises;
· Evite passar a maior parte do dia em ambientes empoeirados. O quarto também deve estar sempre livre do pó. Retirar tapetes, cortinas, almofadas e bichinhos de pelúcia é fundamental para evitar as crises respiratórias.