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Opinião
07/03/2018 - 07h28
Uma porta para acolher 100 mil jovens
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O alistamento civil dos jovens de 18 anos não classificados para o Serviço Militar, que podem estar em estado de vulnerabilidade social, poderá ser o grande diferencial do governo de Márcio França, o vice-governador paulista que assumirá a administração estadual após a renúncia do governador Geraldo Alckmin, que sairá para concorrer à presidência da República. Derivado de uma ação vitoriosa desenvolvida por França em São Vicente, quando lá foi prefeito entre 1997 e 2004, o acolhimento dos jovens também guarda semelhança com as legiões ou guardas mirins que durante décadas abrigaram e encaminharam meninos e meninas de centenas de localidades, tornando-os cidadãos éticos e prestativos ao mercado e à sociedade.

Recorde-se que em 2015, quando assumiu como vice-governador e secretário estadual de Ciência e Tecnologia, França lutou para implantar o programa em nível estadual, mas não teve o devido respaldo. Agora, ao assumir a chefia do governo, se prepara para acolher 100 mil jovens em todo o território paulista para, durante um ano, prestar serviços comunitários mediante um pró-labore de R$ 1.000 mensais mais vale-transporte e prepará-los para o ingresso no mercado de trabalho. É nossa sugestão de que, além dos instrumentos estaduais de fomento ao emprego, a ação também se vincule a empreendimentos como o SESI, o Senac e as Etecs para oferecer qualificação rápida como pedreiro, pintor, encanador, eletricista, garçom, zelador, porteiro, alfaiate, costureira e outras profissões. Com essas habilitações, que poderão ser ministradas em aulas semanais durante o ano de duração do programa, os participantes terão condições tanto de disputar vagas no mercado de empregos quanto montar seus próprios negócios, já que vivemos uma época em que diminuem os empregos formais e aumenta o empreendedorismo.

É de se destacar que, diferente dos programas que simplesmente doam dinheiro público ao necessitado e o mantém indefinidamente dependente e até cativo eleitoral, o pretendido pelo futuro governador de São Paulo se autocusteia. O salário recebido pelo participante não é uma doação, pois ele trabalhará para recebê-lo. O dinheiro virá da economia que o Estado fará não precisando contratar terceiros para executar esses serviços. Para que a dependência não se perenize, o jovem terá obrigatoriamente de estudar e se qualificar para se inserir no mercado de trabalho e ter a vida autônoma que todo indivíduo deseja e necessita num sociedade organizada.

A disposição - já manifesta pelo vice-governador - de entregar a tutoria do programa a policiais militares inativos é positiva. Egressos da doutrina militar, esses profissionais serão a garantia de que a programação será cumprida e as turmas chegarão ao objetivo traçado. Somos de opinião que a própria Polícia Militar, valendo-se de seus arquivos, poderá dar valiosa contribuição, sugerindo ao governo os nomes de seus inativos com o perfil mais adequado ao trato e liderança de grupos de jovens.

Proteger e encaminhar o jovem no momento em que ele é lançado ao responsável mundo dos adultos é uma importante tarefa. Da forma que o programa é gestado, se converterá na grande oportunidade de vida a muitos que hoje, sem perspectivas, são diuturnamente atraídos e até coagidos a optar pelo desumano mundo do crime. É, em suma, mais uma obra social e de segurança pública.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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