Reprovação, retenção e repetência, são três palavras que assustam tanto alunos, quanto pais e também professores. Essas palavras se alternam nos diferentes discursos pois, habitualmente, se apresentam como sinônimos no contexto da avaliação escolar. Este é um dos problemas, pois, rigorosamente, possuem significados distintos. Muitas pessoas as utilizam aleatoriamente, sem discernimento, pois ainda não se aperceberam, inclusive diversos professores, que, qualquer que seja a palavra utilizada, a mesma reflete o fracasso do Processo Ensino-Aprendizagem vivenciado nos dias atuais. Portanto, quando um aluno não atingiu os objetivos estabelecidos num Plano de Ensino, deve-se pensar primeiramente, que os protagonistas do processo não lograram o êxito esperado – aluno, pais e professor – não somente o aluno. Assim, o uso de uma destas palavras para caracterizar o fato, sem o devido cuidado, pode significar fracasso, o que não é bom, para ninguém. A sociedade evoluiu, o comportamento social mudou, não somente no Brasil, mas, pode-se dizer que mudou no mundo todo e, infelizmente, métodos e estratégias de ensino e de avaliação escolar continuam praticamente inalterados há décadas, talvez há séculos. No geral, o que se tem hoje é um modelo obsoleto, ultrapassado e que gera perdas. Como em qualquer investimento, não lograr o êxito esperado, geralmente se tem um prejuízo, seja de tempo, econômico ou qualquer outro. Por isso, altos índices de insucesso no aproveitamento escolar resultam em diversos prejuízos, que, em última instância, no âmbito social e em nível de orçamento econômico, resultam em gastos milionários de pouco proveito. Não atingir os objetivos estabelecidos num Plano de Ensino, num conceito contemporâneo de Educação, deve implicar na revisão do Processo Ensino-Aprendizagem utilizado, avaliar onde ocorreram as falhas, e não descarregar a responsabilidade somente no aluno. A reprovação, retenção ou repetência, independentemente da palavra utilizada, por ser algo, sobretudo, frustrante, leva invariavelmente à desistência escolar, que por sua vez, resulta num imenso prejuízo social e, certamente, financeiro. Nota do Editor: Ítalo Francisco Curcio é Coordenador do curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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