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Opinião
02/04/2018 - 07h44
O Brasil é maior que a sua classe política
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A longa carreira política de Michel Temer bate, neste momento, em gravíssimos obstáculos. Já alvejado pelas duas denúncias do ex-procurador Rodrigo Janot, que barrou na Câmara mas terá de responder quando sair do governo, o presidente corre o risco de uma terceira acusação formal da Procuradoria Geral da República. Pior que isso, segue cercado de ministros investigados, aliados políticos e ex-auxiliares presos e agora vê também o encarceramento de velhos amigos acusados de com ele praticarem crimes. Tudo isso num momento em que, apesar da baixa popularidade, ensaia lançar-se candidato à reeleição. Isso sem falar que uma terceira denúncia poderá afastá-lo antecipadamente.

Os últimos acontecimentos vão muito além do simples comprometimento ou do lançamento do presidente ao ostracismo. Constituem o catalisador que retira do governo a capacidade de recuperar o país da derrocada petista. Pode, inclusive, repercutir diretamente nas eleições e até oferecer vantagem a algum salvador da pátria que consiga falar o que o povo quer ouvir nesse momento de desencanto com a classe política e com a autoridade constituída. Com as diferenças de contexto, época e personagens, respira-se hoje o mesmo ar das crises que se abateram na vida nacional em 1954, 64, 68, 92 e em outros momentos que as estruturas se romperam ou tiveram perto disso. O que vai se suceder é difícil imaginar.

O ritmo dos acontecimentos demonstra que precisamos de ampla redefinição da vida político-institucional. O grande fantasma que hoje se coloca sobre as cabeças dos políticos é o da forma e do custeio das campanhas eleitorais. Isso foi a chave que abriu as portas dos cofres estatais no mensalão, petrolão e outros escândalos de promiscuidade entre políticos, empresas e a administração pública. E, depois de aberta a torneira, o dinheiro sujo também serviu para enriquecimento ilícito e outros crimes em apuração. O meio político e sua forma de sustentação apodreceram. Precisam de ampla reforma que lhe dê sustentabilidade e onde a transparência não revele a prática de crimes e nem coloque os participantes na mira da polícia.

Infelizmente, chegamos a mais um ponto de ruptura. O decantado mais longo período da vida democrática brasileira padece de falta de sustentação. Essa deve ser a maior preocupação de todos nós, brasileiros. Já que a classe política se encontra combalida, chegou o momento de as forças vivas da sociedade se mobilizarem pelas mudanças que nos garantam a volta à normalidade.

Felizmente, o mal não chega a inviabilizar a economia que, apesar de tudo, se recupera. Está provado que o Brasil é maior do que sua classe política. Além de atuar institucionalmente para recuperar a honra e o prestígio de partidos, governantes e legisladores, a sociedade civil tem um grande papel nesse momento. Está na hora de investidores, empresários, trabalhadores e entidades continuarem emprestando seu prestígio e trabalho para recolocar o país no rumo certo. Quem cometeu irregularidades tem de prestar contas à Justiça, mas isso não pode e nem deve desestimular ou atrapalhar os que sempre trabalharam honestamente e, com sua força, nos trouxeram à condição de uma das principais economias do mundo. 


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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