Estamos vivendo num mundo onde as informações estão cada vez mais rápidas e instantâneas. Com isso, a exposição das pessoas também cresce de maneira assustadora, muitas vezes associando o consumismo com a felicidade e a busca pelo ter (poder, sucesso, corpo perfeito, notoriedade...). Esta procura sem fim esmaga a importância do ser. Esse cenário está gerando o que alguns autores, entre eles Cury, classificam de Síndrome da Exteriorização e a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Essas doenças estão diretamente associadas ao alarmante número de pessoas vitimadas pela ansiedade e depressão. Essas síndromes estão crescendo num ritmo tão amedrontador que, de acordo com alguns pesquisadores, entre eles Boettcher, Kessler e Leahy, 20% dos moradores das grandes cidades sofrerão alguma variação dessas doenças. Vale lembrar que o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e a Síndrome do Pânico são derivados da ansiedade. No caso da depressão, a situação também é preocupante a ponto de a Organização Mundial da Saúde alertar para o fato de que nas próximas décadas ela será a maior causa de afastamento do trabalho. Dentro desse contexto social, a disciplina e a interiorização são extremamente importantes e determinantes na preservação da saúde mental. A disciplina envolve ação no sentido de adotar hábitos que favoreçam a saúde mental, como a prática regular de atividade física, a leitura prazerosa, participação em atividades sociais e estimulantes da cognição, envolvimento com as várias formas de artes (música, dança, pintura, artesanato entre outras). Já a interiorização, tão difícil dentro desse mundo acelerado e estressante, inclui o voltar-se para dentro, buscar alimentos para a alma por meio do exercício da espiritualidade, o que envolve as várias formas de meditação, oração, doar-se ao próximo etc. Precisamos encontrar o nosso eu, nos conectar com o sagrado que habita em nós, valorizarmos e sermos gratos pelas coisas simples e fundamentais da vida. Finalizo com uma frase de Carl Jung tão atual nos dias de hoje: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Que despertemos para a necessidade de sermos mais humano! Namastê e até a próxima! Nota do Editor: Alessandra Cerri é sócia-diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba (Clap).
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