07/05/2024  14h14
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
18/04/2018 - 05h26
A reforma da polícia paulista
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O governador Márcio França prepara uma grande mudança na estrutura governamental-policial do Estado. Vai deslocar a Polícia Civil da Secretaria da Segurança Pública e vinculá-la à Secretaria da Justiça. A Secretaria da Segurança ficará exclusivamente com a Polícia Militar e, inclusive, terá um oficial superior da corporação como seu titular. O conceito é de que, abrigada na Justiça, a Polícia Civil encontrará melhores condições para desenvolver suas atividades investigativas e de polícia judiciária e que, compondo todo o quadro da Segurança Pública, a Polícia Militar terá mais unidade e meios para cumprir a sua tarefa de policiamento preventivo e ostensivo fardado.

A proposta é revolucionária e vai ao contrário das muitas teses que pregam a unificação das polícias, ora com o comando entregue à Civil, ora à Militar. Ao longo da carreira de policial militar, tivemos a oportunidade de conviver com grandes secretários da Segurança Pública, cada qual vivendo a problemática do seu tempo, mas com grande competência. Casos de Antonio Erasmo Dias, Michel Temer, Saulo de Castro Abreu Filho, Alexandre de Moraes e Mágino Alves Barbosa Filho, entre outros. Mas, por mais competentes e comprometidos com a causa, todos sofreram as amarras de um sistema mais que centenário e incompatível com processos e celeridade dos tempos atuais, onde o papel foi substituído pelo bit e o estafeta teve seu lugar ocupado pelas redes eletrônicas.

A Polícia Militar foi criada em 1831, a Civil em 1841 e em 1906 surgiu a Secretaria da Segurança Pública, com a missão de administrar as duas instituições. Os tempos eram outros. O país mudou do Império para a República e esta sofreu muitas variações, assim como a sociedade eminentemente agrícola e rural transformou-se em industrial e urbana. E, para complicar mais as funções, temos um arcabouço jurídico com bases antigas – do começo do século passado – leis oportunistas criadas nas brechas para atender aos interesses dos transgressores e uma série de falsidades que obstaculizam o trabalho policial. O secretário Mágino sabe e sente isso que estamos dizendo.

A disposição do novo governador, de enfrentar essa problemática é louvável. Mas encontrará a oposição dos oportunistas que buscam manter o status-quo e a ineficiência das máquinas policiais. Torcemos para que Márcio França tenha a força necessária para romper os obstáculos, fazer as mudanças de forma a dar mas fluidez aos trabalhos das duas polícias e, ainda, encontre as condições políticas para tirar algum proveito da recente criação do Ministério da Segurança Pública. A nova pasta só terá significado se propiciar meios e recursos para o funcionamento e aparelhamento das polícias em todo o Brasil. Questão, até, de justiça tributária pois, entre os três níveis de governo, o federal é o que mais arrecada e, até agora, são os estados os responsáveis praticamente exclusivos pela atividade policial. É preciso dividir as responsabilidades, especialmente os custos...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.