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Opinião
30/04/2018 - 05h30
Palocci, uma bomba prestes a detonar
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A delação do ex-ministro Antonio Paolcci – homem forte dos governos Lula e Dilma, preso na Lava Jato há quase dois anos – é a nova bomba cuja detonação ameaça convulsionar (ainda mais) o ambiente político nacional. Tentadas desde março do ano passado, as revelações do “italiano” (assim ele era chamado nas planilhas da Odebrecht) tiram o sono de muitos ex-aliados, especialmente dos ex-presidentes. Lula, antes de ser preso, manifestou seu desagrado em relação ao antigo auxiliar e Dilma, mesmo antes de saber o que será revelado, já se apressou em dizer que tudo é mentira. Consta, ainda, que no mercado financeiro muitos figurões estão perdendo o sono ao lembrar das relações mantidas com os governos petistas através do ex-ministro. Só devem estar menos agitados ministros, parlamentares e governantes, ao saberem que as revelações serão analisadas pelo juiz Sérgio Moro. Detentores de foro privilegiado, se seus nomes estivessem incluídos, a homologação seria do Supremo Tribunal Federal.

Se disser tudo o que sabe e convencer os investigadores e a Justiça, o ex-ministro poderá receber benefícios no cumprimento da pena de 12 anos a que já foi condenado como intermediário na transferência de propinas das empresas para ex-governantes e outros beneficiários. Consta que ainda não foi beneficiado e, por isso continua preso preventivamente, porque os fatos que pretendeu narrar no ano passado não eram satisfatórios ou não esgotavam os quadros criminosos em apuração. Oxalá desta vez ofereça informações sustentáveis que, antes de beneficiá-lo penalmente, possam contribuir no deslinde dos crimes de corrupção que trouxeram o país à crise atual. Os que cometeram ilícito, independente de sua identidade, posição política ou ideológica, têm de ser responsabilizados e punidos. Cada revelação que torne explícitos os maléficos episódios servirá para quebrar mitos e mostrar ao povo, especialmente aos eleitores, quem é quem na ordem dos acontecimentos.

Ao mesmo tempo em que os escândalos ardem nos escaninhos da Justiça, o país se prepara para as eleições. Muitos nomes que tentam boa participação no pleito estão tomados pela suspeita de práticas ilícitas. Espera-se que Palocci, purgando o mal que ajudou a cometer, desnude pelo menos os seus principais companheiros de empreitada e evite que criminosos ainda sobrevivam politicamente. Não haverá tempo hábil para a tramitação do processo e transformação dos seus denunciados em fichas-sujas, que os impede de ser votados. Mas, devidamente informado do que cada um praticou, o povo, como grande juiz, terá a oportunidade e o motivo para negar-lhes o voto e, com isso, colocá-los à margem da vida pública.

Além disso, espera-se que o país marche para o fim do nefasto sistema de coalizão, ensejador do mar de lama hoje exibido pelo Brasil ao mundo. Só sairemos dessa no dia em que Executivo for simplesmente Executivo e Legislativo unicamente Legislativo. Hoje, como sócios, deu no que deu. Ainda mais: parlamentar que queira ser ministro, deve ter de renunciar ao mandato e cumprir quarentena de pelo menos um ano, em respeito ao eleitor a quem pediu voto...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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