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Opinião
01/05/2018 - 05h12
Os sonhos...
Ricardo Ferreira
 

Sonhos, quem não os tem.

Depois de algum tempo verifiquei que sonhar é uma constante da vida. Longe ficam os pensamentos utópicos de um mundo melhor ao sabor do nosso desejo.

Todos intimamente temos a noção e sabemos que, quando jovens, somos mais irreverentes, sonhadores e acreditamos em belas e lindas histórias, em fadas e duendes, nos Deuses do Olimpo e por vezes no Pai Natal (que nos traz os presentes tão almejados e desejados), no Coelhinho da Páscoa que nos enche de chocolates e amêndoas (adoro), e em todos e tudo, o que significa alegria, bondade, felicidade e veracidade.

Somos felizes quase sempre e com pequenas coisas e coisas bem pequeninas, em parte devido à inocência e sinceridade subjacentes à criança e ao jovem.

Queremos é brincar, saltar, rir, ao deus-dará, sem olharmos para o amanhã.

A pura inocência é sinônimo de felicidade.

Consoante vamos crescendo e, de acordo com aquilo que a vida nos dá, adaptamo-nos às responsabilidades das mesmas.

Aprendemos com os nossos progenitores e educadores que viver é supostamente ter e assumir responsabilidades. E aí começa o nosso calvário evolutivo que nos preparará para os anos vindouros.

Pois quanto mais “responsáveis” nos tornamos, mais rapidamente perdemos a criança que existe em nós e, consequentemente, a inocência e pureza a ela inerentes.

Os sonhos nesta fase de crescimento e maturidade ficam distantes dos ilusórios da nossa juventude, mas mesmo assim eles continuam a perseguir-nos, pois essa busca inalterável e persistente de aprendizagem e realização provoca-nos cotidianamente.

Chegando à fase adulta e já amadurecida por alguns sonhos desfeitos e mal paridos, deparamo-nos com imensas contradições, absurdos e contrassensos. Nessa altura os sonhos substituem-se pouco a pouco, e a realidade (ou aquilo que está a nossa volta), toma conta das nossas mentes.

Tornamo-nos talvez mais racionais. A emoção, a vibração e a trepidação da juventude são em parte substituídas pela coerência e segurança nos atos e atitudes (deveria ser assim).

As frases supostamente sábias aparecem nas falas sábias supostamente, “já não sou mais criança”, “isso fazia quando era menino”, “coisa de criança”, e por aí vai, num emaranhado de dizeres afirmativos, como se fosse obrigatório afirmarmos algo a nós próprios.

Sem darmos conta e com a maior das naturalidades, somos pais, mães, deixamos de ser unicamente filhos, para sermos também chamados a sonhar novamente com o amanhã. A frase ouvida anos antes se repete na nossa memória, “filho és, pai serás”.

Assim, tão naturalmente como crescemos e nos transformamos em adultos, hoje somos pais, e ao sabor do vento e das ondas voltamos a ser crianças, aos nos colocarmos ao mesmo nível dos nossos pequenos filhos ou dos nossos netos (quem os tem), para com eles voltarmos a rir, a dar gargalhadas, a brincar, a rebolar no chão, a contar e ouvir aquelas histórias, das fadas e dos duendes, do pequeno príncipe e da princesa, da bruxa má e da gata borralheira, e retomarmos os sonhos por um país melhor, por um mundo mais justo e equilibrado, onde haja paz de espírito, compreensão entre os homens e o abraço fraterno seja verdadeiro e onde:

“O sonhar seja uma constante da vida”.


Nota do Editor: Ricardo Ferreira é escritor, consultor empresarial, palestrante e proprietário da casa de vinhos Portuguesa Maluca, em Salvador. Nascido em Angola e criado em Portugal, mora desde 1994 em Salvador, Bahia. É autor da trilogia literária “O Grande Banquete” (composta pelos livros “A Transformação e o Templo”, “Viagens à Nossa Volta” e “Eles e Elas e os Risos do Fado”), em que faz viagens pela cultura e história dos três países que o formaram como cidadão e ser humano, em narrativas que transitam pelo limite entre a realidade e a ficção. Defensor da lusofonia, atua com o intuito de estreitar, a nível comercial, cultural e social, os laços entre Angola, Portugal e Brasil.

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