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Medicina e Saúde
05/05/2018 - 08h37
Doenças Tropicais Negligenciadas - Leishmaniose
Jan Carlo Delorenzi
 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) como um grupo heterogêneo de doenças transmissíveis prevalentes em áreas tropicais e subtropicais de 149 países e que afetam mais de um bilhão de pessoas, trazendo um elevado custo social e econômico aos países em desenvolvimento.

Algumas características comuns das NTDs (PAHO, 2017):

• São difíceis e dispendiosas de gerenciar - desde o diagnóstico, passando pelo tratamento e o acompanhamento do paciente durante e após a cura clínica;

• Não há ferramentas de controle adequadas;

• Possuem investimentos relativamente menores em pesquisa e desenvolvimento;

• As pessoas afetadas geralmente vivem em áreas rurais remotas com acesso limitado ao diagnóstico e ao tratamento.

Embora as doenças tropicais e a tuberculose sejam responsáveis por 11,4% da carga global de doença, apenas 21 (1,3%) dos 1.556 novos medicamentos registrados entre 1975 e 2004, foram desenvolvidos especificamente para essas doenças. O controle efetivo pode ser alcançado quando as abordagens de saúde pública de proteção, promoção e recuperação da saúde são aplicadas de forma coordenada e efetivadas em todas as suas etapas. As intervenções são orientadas pela epidemiologia local e a disponibilidade de medidas adequadas para detectar, prevenir e controlar doenças.

Doenças tropicais, como a malária, a doença de Chagas, do sono, a Leishmaniose, a filariose linfática, o dengue e a esquistossomose continuam sendo algumas das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo.

As Leishmanioses são antropozoonoses de prevalência mundial, sendo endêmicas em 98 países distribuídos em África, Ásia, Europa e América. Estima-se que 12 milhões de pessoas já foram infectadas pela doença, apresentando manifestações clínicas ou não e que entre 0.9 e 1.6 milhões de novos casos surjam a cada ano. As estratégias de controle preventivo desta doença têm se mostrado ineficazes face ao aumento do número de casos e o particular aparecimento de casos em grandes centros urbanos no Brasil e em diversas regiões da Europa meridional, relacionando particularmente, nesses locais, a Leishmaniose como doença oportunista em casos de indivíduos com comprometimento de resposta imune.

Os fármacos que estão no mercado apresentam uma série de problemas, como resistência do parasita e indução de efeitos adversos, que limitam sua utilização e, principalmente, sua eficácia. Além disso, todos os fármacos disponíveis no Brasil e na maior parte dos países atingidos pela doença são de administração parenteral, o que exige colaboração do paciente; infelizmente, muitos abandonam o tratamento, fato que favorece o aparecimento de cepas resistentes.


Nota do Editor: Prof. Dr. Jan Carlo Delorenzi, PhD é Professor de Saúde Pública e Imunologia no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Chefe do Laboratório de Farmacologia e Toxicologia Aplicadas.

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