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Opinião
12/05/2018 - 08h51
O melhor e o pior da internet
Montserrat Martins
 

Gremistas e colorados riem até das sátiras contra seu time, quando são bem feitas, inteligentes. Na internet já viraram “clássicos” as legendas colocadas no filme sobre os últimos dias de Hitler, começando pela cena em que ele pede para alguns se retirarem da sala. Na versão gremista a legenda é “só fica quem viu o Inter ser campeão brasileiro”, na versão colorada “só fica quem acredita que o Grêmio tem Mundial”. A graça não está nesses memes iniciais, mas na sequência de legendas a partir do momento em que a maioria se retira e Hitler tem um ataque histérico. As legendas colocadas nos xingamentos é que costumam ser hilárias.

O melhor do Brasil é o brasileiro, o senso de humor que não perdoa ninguém e gera alguns dos melhores memes do mundo. Nos perfis na internet as pessoas costumam colocar, nas suas preferências pessoais, “memes”. Brasileiro adora meme, porque adora rir, rir é mesmo o melhor remédio.

Todo meme é uma mentira engraçada, em contraste com o pior da internet que são as mentiras sem graça, feitas para iludir ao invés de divertir, para enganar ao invés de brincar e geralmente para destruir reputações, ao invés de construir relações. São os memes políticos fabricados para destruir adversários, sem se importar em falsificar a verdade. O TSE montou uma equipe de inteligência para identificar equipes de profissionais pagos para isso, capazes de influenciar com mentiras as escolhas dos eleitores. Calúnia e difamação são crimes e na internet mais ainda.

Há mentiras mais “inocentes” que não atentam contra pessoas, mas contra a literatura, como é o caso das falsas autorias. Shakespeare tinha um estilo envolvente, sutil, irônico, que faz sua obra sobreviver aos séculos. Mas na internet há textos bem banais atribuídos a ele, feitos na base do lugar-comum, que alguém inventou e milhões de pessoas reproduzem.

Isso me lembra uma cena de filme em que os amigos se irritam com uma mulher chorosa, que não parava de se lamentar pela separação do namorado. Os amigos dizem “para de chorar, vai escrever um livro”. E ela, “mas quem vai ler uma história idiota?”. Os amigos respondem, “milhões de idiotas”. Pois é, tem gente inventando bobagens na internet para nós, milhões de idiotas, compartilharmos sem saber que são falsas.

Muito raro, quase impossível, alguém não ter sido enganado na internet até hoje. Todos já caímos em falsas notícias, para as quais são criados sites com aparência de agências de notícias, por exemplo. Os caras são bons, são profissionais, e sabem como nos enganar. Melhor as mentiras satíricas, que nos fazem rir sabendo que são mentiras. O melhor e o pior da internet, todo dia, já faz parte da nossa vida.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do Portal EcoDebate, é médico psiquiatra, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e ex-presidente do IGS – Instituto Gaúcho da Sustentabilidade. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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