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SEÇÃO
Crônicas
05/07/2005 - 16h04
Unidades de consumo
Ronaldo Coelho Teixeira - Agência Carta Maior
 

O mercado atual de produtos e serviços desse mundo globalizado parece o milenar e mítico Poço dos Desejos: de tudo há e para todos os gostos e condições financeiras. Mas nunca se produziu tanta inutilidade como agora, e nunca as necessidades básicas do indivíduo foram negligenciadas, em detrimento do desejo alucinado do consumo e da massificação e da banalização deste.

Só que parece que nunca o Homem foi tão infeliz quanto agora. Mas a palavra de ordem é consumir, de preferência, o supérfluo, o desnecessário. Do Ocidente ao Oriente, a mão sombria e onipresente do consumismo assola o inimitável fator que difere os povos uns dos outros e que, por isso mesmo, identifica-os: a cultura.

É a sedução dissimulada e insistente sobre a grande e única busca humana: a felicidade. E ela é prometida de forma rápida e fácil, o que, em si mesmo é uma contradição, pois a felicidade é um estado de espírito, um jeito de ser e de ver a vida com todas as suas adversidades e desafios e alegrias ou, no mínimo, a soma de anos da existência de alguém, trilhada na busca persistente do eu.

Felicidade fácil mesmo só nos comerciais fantásticos da TV, da internet, dos outdoors e de todas as parafernálias audiovisuais que a engrenagem trituradora do sistema consumista nos empurra, minuto a minuto, dia-a-dia.

Não precisamos mais nos preocupar com aquela inconveniente gordurinha localizada; aqueles indesejáveis pés-de-galinha na face; ou aquela velha e mal resolvida questão existencial. A cada dia, surge um produto milagroso e eficiente que vai nos livrar desses incômodos.

Os marquetólogos e os mercadores de plantão sorriem o riso dissimulado dos que enchem o bolso de grana fácil, enquanto os consumidores compulsivos abarrotam-se de quinquilharias e coisas amiúdes. Os primeiros sabem que as pessoas felizes não consomem. Mas isso, eles fazem questão de esconder.

Assim, eis-nos nessa aldeia mercadologicamente virtual, onde a finalidade do produto ou serviço há muito foi esquecida, e a aquisição de qualquer coisa dita um rumo sem prumo. E essa é a triste sina para nós que somos vistos apenas como unidades de consumo.

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