Na vida há todo tipo de surpresas. Umas boas, outras ruins, e até algumas meio hilárias, surpreendentes mesmo. Eu tenho irmão que é professor em vários colégios e cursinhos daqui do Recife. É alguém solidário até em demasia. De vez em quando devido ao seu exagero de boa fé leva um golpe dos sabidos. Durante um certo tempo, junto com amigos, ele inventou de distribuir sopa e pão com os pobres de uma periferia. À notinha se reuniam e levavam panelões de sopa e sacos de pão para distribuir com os mais pobres daquela periferia. Um gesto bonito e nobre. Não resolve o problema, mas é um exemplo de cidadania. Mas essa ação comunitária só durou alguns meses, os participante foram deixando e o meu irmão, evidentemente, não pode sozinho arcar com as despesas da sopa e dos pães, além da condução dos alimentos. Acabou o projeto. O tempo passou, uns três anos depois, esse irmão estava com a esposa e vários colegas professores também com as esposas festejando o aniversário de um deles num restaurante. Tudo ia muito bem, até música havia. Tudo nos trinques. Mas de repente, não mais que de repente, adentrou no restaurante uma galera assaltando, começaram a levar carteiras, celulares, relógios e o escambau. O meu irmão estava numa mesa de canto, quando um dos carinhas foi até lá dar o "rapa" nas coisas dele e da esposa, o chefe do gripo gritou: - Véio, nesse aí não se toca, é o professor da sopa! Mexeu com ele, mexeu comigo! Tá ligado?!!! Foi o único que não foi roubado. Imagine o constrangimento dele para explicar aos colegas e suas esposas o porquê de sua anistia pela gangue. Teve que contar o caso da sopa. Sopa é boa em todo sentido. Inté.
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