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Opinião
05/07/2005 - 17h47
Da corrupção endêmica
Dartagnan da Silva Zanela
 

Acreditamos que o torpor que tomou conta de muitos cidadãos brasileiros, devido as denúncias que vem sendo levantadas contra a atual governança, já está passando e dando lugar a um certo sentimento misto de revolta e decepção.

Mas, antes que tal venha a ocorrer, dê um pouco de sua atenção a este medíocre missivista interiorano e pense com ele algumas questões que, por hora, não custam nada. Quem vai dizer que futuramente isso também não virá a ser tributado, não é mesmo?

Pois bem, primeiramente vejamos o Caso de Furnas, o qual envolve um montante de R$ 3.000.000,00, desviados mensalmente dos rendimentos da estatal de energia elétrica. Isso é tão escandaloso quanto o tráfego de dinheiro vivo promovido pelo empresário mineiro Marcos Valério que, avalia-se, ter atingido em suas movimentações a soma aproximada de R$ 100.000.000,00 para, supostamente (ou, obviamente?), atender as operações do assim nominado "mensalão", conforme informações obtidas junto à coluna Política & Verdade.

Muito bem, mas qual a raiz deste ato doloso?

Antes disto vejamos um segundo ponto, o a dita reforma política, que está sendo colocado no centro do Congresso e que, tem como um dos pontos basilares a serem tratados o do financiamento público de campanhas eleitoreiras. É terrível ter que dizer, mas o Deputado Federal "metrossexual" (Roberto Jefferson - PTB/RJ) tem toda razão quando diz que: "O financiamento público vai somar crimes, vai tirar do pobre em favor do vereador, do deputado, do senador, governador e prefeito. [...] Não há eleição de deputado federal que custe menos de R$ 1 milhão, mas a prestação de contas não passa de R$ 100 mil. Não há eleição de senador que custe menos de R$ 2 milhões", conforme informações do site Vide Versus.

Ótimo! Mas, como extirpar esta chaga?

Um outro quesito, colhido junto ao site do jornalista Diego Casagrande, quanto ao empresário mineiro Marcos Valério que retirou cerca de R$ 20.900.000,00 em dinheiro vivo das contas de suas empresas nos Bancos Rural e do Brasil, segundo informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, nos últimos dois anos.

E o troço não parou por aí, como todos sabemos. De acordo com matéria exibida na Revista Época desta semana, os empresários envolvidos no esquema de corrupção dos Correios são os maiores doadores da campanha eleitoreira Lula Presidente. Somente a empresa Promodal Logística e Transportes cedeu cerca de R$ 800.000,00 para a referida campanha e, apenas no primeiro ano do governo atual, fez contratos com os Correios que lhe renderam R$ 104.000.000,00. E, por coincidência maquiavélica do destino, são justamente estes os contratos que estão sob suspeita.

Diante de todo este espetáculo de horror, como boa parte da população deste país, fico a me perguntar qual seria a causa prima deste descalabro todo.

Ao meu ver, a causa prima do caso "PT Farias" nada mais é do que o mesmo dos escândalos do Governo Sarney e bem como dos casos maus resolvidos da governança do Tucanato em que, todos esses senhores e senhoras, apesar das diferenças político-ideológicas, comungam sem pestanejar de algo em comum: o gigantismo Estatal.

Este é o foco que nós, enquanto sociedade civil, devemos apontar. Afirmamos isto porque as propostas que serão apresentadas pelas Potestades das Trevas que nos governam (à destra e à sinistra) irão apontar para criação de novos órgãos públicos, novas agências reguladoras ou, quem sabe, não acabem criando um "Ministério de combate à corrupção", a exemplo dos governos militares que haviam criado o ridículo Ministério da Desburocratização.

Abra olhos incautos cidadãos! Não será com uma maior presença do Estado que nós reduziremos a corrupção neste país, mas sim, com uma maior participação efetiva da sociedade civil. Canais para tanto existem, mas, acabam tendo sua importância relegada ao desdém.

Exemplo que mencionamos aqui são os Conselhos do FUNDEF. Existem municípios em que nem mesmo os conselheiros sabem que fazem parte dele e se o sabem, não tem a menor preocupação em exercer a sua função. Não? Então me digam senhores pais e professores, quem são os conselheiros de sua cidade? Alguma vez foi solicitado algum esclarecimento do Paço Municipal a respeito dos gastos das verbas deste Fundo?

A função dos nossos representantes é bem governar os recursos que são nossos e a nossa, de limitar a sanha destes de a tudo regular, menos à eles próprios. Mas, infelizmente, agimos de maneira inversa e aplaudimos a constante intervenção na sociedade como a mais sábia atitude que um Estadista poderia tomar e depois, quando estouram escândalos como este que mina os veículos de imprensa, fazemos pose de indignados.

Por isso, enquanto não sairmos desta posição passivamente ridícula de cidadãos de meia-pataca, continuaremos a ver e a fingir que não vemos o que é feito com aproximadamente 41% de nossos ganhos que nos são vilipendiados através da atual carga tributária. Continuaremos nós com essa cara estupefata, ridículo e besta, cúmplices chorões e omissos de meliantes engravatados.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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