EM QUE MEDIDA FAZER OU viver algo vale realmente a pena? Eis aí uma pergunta tão simples quanto cabeluda. Bem, tudo vale, da mesma forma que nada tem importância alguma. Tudo depende da grandeza de nossa alma, como nos ensina o poeta portuga. Tudo. Tudo tem profundidade e importância se pensamos, fazemos e vivemos algo sem perder de vista que somos uma alma imortal. Se estamos cientes de que tudo aquilo que aqui vivemos ecoa na eternidade, toda e qualquer coisa revelar-se-á uma joia preciosa em nossa existência. Agora, se vivemos, fazemos e pensamos qualquer coisinha tendo em vista apenas e exclusivamente a efemeridade do momento e de nossos desejos, como se fôssemos tão somente um reles aglomerado de moléculas que, casualmente, tornou-se consciente de sua existência, de fato, nada, realmente nada, terá algum valor. Talvez, por essa razão, que quase tudo o que é ensinado nos dias de hoje como sendo algo supostamente importante acaba tendo um valor tão duvidoso.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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