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Opinião
10/06/2018 - 07h05
O país como barco à deriva
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A alta do dólar para quase R$ 4,00 e a queda abrupta da Bolsa, nos remeteram, nesta quinta-feira, ao sentimento de passageiros de um barco à deriva, só experimentado nos momentos de crise profunda e falta de perspectivas. Os investidores se retraem diante da constatação de que ainda não está resolvida e terminada a greve dos caminhoneiros, que parou o país a partir de 21 de maio. São impactados pelas novas e graves acusações contra destacados membros do Legislativo, Executivo e até do Judiciário, entre os quais o presidente da República. A continuar a debandada de capitais, a consequência mais imediata será a volta da inflação alta que, se ocorrer, colocará por terra todos os esforços de controle ocorridos desde a estabilização promovida pelo Plano Real, decretado em 1993 pelo então presidente Itamar Franco.

Durante essas duas décadas e meia, em que se comemorou o controle da inflação, os governos não foram capazes de diminuir o tamanho da máquina governamental. Pelo contrário; para constituírem as maiorias parlamentares de que necessitavam, adotaram o sistema de coalizão, onde inicialmente os ministérios, diretorias e cargos públicos foram loteados e neles nomeados os indicados pelos partidos cujos parlamentares se dispusessem a votar nos projetos do governo. Mas vimos que só isso não foi suficiente para atender à voracidade do meio e – com o passar do tempo – surgiram os mensalões e os outros esquemas (especialmente o da Petrobras) onde o dinheiro público e de empresas estatais era sacado criminosamente de seus cofres e entregue aos políticos e seus grupos, para o custeio das caríssimas campanhas eleitorais e o sustento do odioso enriquecimento ilícito.

Descoberta, a roubalheira caiu nas malhas da Justiça. Grandes lideranças políticas – senadores, deputados, governadores e até um ex-presidente da República - restaram encarcerados, juntamente com altos executivos por eles colocados nas estatais e dirigentes das grandes corporações privadas que participavam da fraude, se locupletavam e ensejavam o funcionamento da megacorrupção. Na medida em que os processos avançam e as delações são homologadas, aumenta o número de políticos e empresários envolvidos e sujeitos à condenação. Tudo isso levou ao desgaste da imagem da classe política e hoje, a menos de quatro meses das eleições, ainda não temos nomes efetivamente consolidados para a disputa presidencial. Tanto que Jair Bolsonaro, deputado sem nenhuma experiência ou postulação anterior ao Executivo, aparece como líder das pesquisas e outros pré-postulantes, até mais conhecidos, parecem não decolar.

Oxalá o presidente Temer e sua equipe tenham forças para conduzir o país, sem maiores traumas, até 31 de dezembro, data em que termina o seu mandato. E que o eleitorado encontre, entre os postulantes, alguém que possa nos devolver a estabilidade e a perspectiva de futuro...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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