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Opinião
18/06/2018 - 07h23
A (inacabada) greve dos caminhoneiros
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Quem pensa que a greve dos caminhoneiros, que parou o país semanas atrás, é um problema liquidado, pode estar redondamente enganado. O governo tem hoje à sua frente a disputa entre os transportadores e os donos das cargas. Ações pipocam na Justiça – e acabam de ser avocadas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal – contestando a tabela de fretes editada no acordo com os caminhoneiros. Os tomadores do serviço garantem não terem como pagar o preço estabelecido. Os importadores de óleo diesel, que respondem com 27% do abastecimento da frota, também estão descontentes e ameaçam sair do negócio se forem obrigados a praticar a tabela estabelecida na greve.

Toda vez que o governo interfere em algum segmento econômico, acaba criando problemas subjacentes. Ao atender os caminhoneiros naquele momento de estradas bloqueadas, as autoridades criaram dificuldades para os donos das cargas que já têm a mercadoria vendida (muitas vezes ao exterior) a preços que levaram em consideração o custo do frete até então vigente. De outro lado, como não somos autosuficientes em combustível, ao controlar o preço, também se problematiza o mercado importador. Dessa forma, a qualquer instante poderemos ter novas ondas de desabastecimento. 

A equivocada política de transportes dos últimos 40 ou 50 anos levou a ferrovia ao sucateamento. No lugar do trem de longa distância, foram colocados os caminhões e mais recentemente, para garantir o funcionamento da fábrica de veículos, deu-se incentivo e financiamento para a compra de caminhões. O resultado é que hoje temos milhares de quilômetros de trilhos inúteis, uma frota de caminhões maior do que a necessidade do mercado e isso leva à baixa do preço do frete em razão da grande oferta. Para complicar o quadro, na outra ponta, a Petrobras se recupera da política de achatamento de preços dos combustíveis praticada pelo governo petista.

Tudo o que o atual governo pode fazer é paliativo, pois não tem dinheiro e nem tempo. O próximo presidente da Republica assumirá, em 1º de janeiro, com a questão dos caminhoneiros colocada em sua mesa. Os pré-candidatos e suas equipes deveriam pensar seriamente nisso desde já. O país chegou a um grave ponto de ruptura. Precisa de reformas na matriz de transporte, na previdência, na voraz máquina pública, na política e numa série de outros setores. Temos recursos e potencial mas precisamos de organização, método e sustentabilidade. Sem isso, o caos será inevitável...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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