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Opinião
10/07/2018 - 04h58
Um caipira entre ideólogos
Dartagnan da Silva Zanela
 

UM CRONISTA, DE BOA OU MÁ CEPA, ao seu modo é uma espécie de alienista. Não como o Simão Bacamarte de Machado de Assis. Não. Mas espera lá que lá chegamos pra tratar desse disparate mal traçado. Por agora, tratemos doutro causo.

Tudo mundo já deve ter ouvido aquela prosa, vinda dos lábios venenosos daquela galerinha que vive no ideologizado mundo da lua e que, por isso, com aquele ar de [hum] superioridade moral, dizem, batendo os pesinhos: “como você é tongo seu alienado! Você imagina que um único partido é o responsável por toda a corrupção do Brasil? É isso? Você acha que apenas prendendo o nosso “crush” (crush segundo a ululante filosofa) o nosso país irá se renovar e a corrupção acabar?”

Quem nunca ouviu isso, ou algo similar, que atire o primeiro rolo de papel higiênico!

Sim, tem que ter paciência, muita; mas, vá lá, convenhamos que apesar de tudo, tudo isso é divertido pacas. E te digo o porquê.

Em primeiríssimo lugar: não. Isso mesmo. Eu (digo eu porque falo apenas em meu nome. Esse negócio de supostamente falar em nome de categorias e minorias é muito, muito... cê sabe o que), euzinho nunca esperei que a corrupção terminasse com a queda do PT. Aliás, nem espero que ela finde um dia em nosso triste país. Espero outras coisas; entre elas, que a dita cuja seja combatida, mas não isso, que ela finde numa hecatombe armagedônica, pois sei de que matéria é feita a política e qual é o tom que rege esse tosco baile de máscaras.

Sim, já sei: sou um cínico. Adivinhão. Aliás, nunca escondi isso de ninguém. Todavia, em meu cinismo sem cura, me permitam lembrar um trem que, pessoalmente, considero tão cômico quanto relevante pra matutarmos um pouco a respeito desse causo enjoado.

Toda vez que vejo alguém vindo pro meu lado com essa lengalenga de “górpi”, mais do que depressa, vem à minha memória, para fazer-me rir, o fato de que quem esperava que a corrupção fosse varrida do mapa com a ascensão de um partido ao poder não era o tongo alienado que agora vos escreve não.

Quem imagina que apenas uma única pessoa seria capaz de varrer o atraso de nosso país não sou eu não.

E tem outra: quem acredita, com os dois pés juntos, que apenas um partido se importa realmente com o tal do povo, mais uma vez, com o perdão da obviedade, não sou euzinho não.

Sim, após dizer essa tonguice, é claro que rapidamente poderá vir uma chusma rubra militante dizer que esse caipora escrevinhante é um fascista e blablablá.

Cansa ouvir isso, mas, confesso, mais uma vez: me divirto pacas... O que seria de nossa vida sem essas bobeiras ditas de modo tão criticamente crítico, não é mesmo?

Passado o momento confessional, voltemos ao correr cambaleante dessa mal ditada escrevinhada.

Vejamos: quem acredita que o Estado é a solução de todos os problemas? Quem, quem é que devota uma fé quase psicótica em torno da bandeira dum partido político? Quem é que nutre um sentimento idolátrico por uma liderança como se essa fosse uma espécie de salvador da pátria? Quem defende, com unhas e dentes, que o projeto totalitário de um partido político deve ser visto e encarado como superior aos interesses de toda uma nação? Quem chama de democracia a instrumentalização absoluta das instituições para realização de um projeto criminoso de poder de um partido? Pois é velhinho, mais uma vez: não sou eu não.

Tudo bem, tudo bem. Se o cara não vê nada de errado em agir assim, o que dizer? Cada qual com suas loucuragens, não é mesmo?

Porém, seria bacana, bem bacana mesmo, que o fofinho não ficasse tachando todos os que veem essas flagrantes contradições de “promotores” de supostos “discursos de ódio”. Não mesmo cara pálida. Não resistir ao óbvio hilariante e rir, gargalhar de maneira retumbante diante da comédia sorumbática vida política brasileira não é discurso de ódio não. É só uma forma espirituosa de piedade para com a tolice alheia.

E quanto ao alienista? Bem, isso é causo pra outra assuntada... já é hora dum bom café.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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