Albert Einstein morre e vai para o Céu. São Pedro exige uma prova de que ele é, mesmo, o conhecido cientista. Einstein pede um quadro-negro e giz e em alguns segundos escreve ali fórmulas matemáticas complexas. Logo depois chega George W. Bush, que se recusa a identificar-se, alegando que é o presidente dos Estados Unidos. São Pedro pondera que são as regras: mesmo Einstein teve de provar quem era. - Einstein? - diz Bush. - Nunca ouvi falar. Quem foi esse cara? Ao que São Pedro suspira e admite: só Bush ignoraria quem foi Einstein. A anedota que circula nos Estados Unidos evidencia a popularidade de um cientista que, trabalhando numa área altamente complexa, tornou-se, contudo, mundialmente conhecido: o centenário da teoria da relatividade (seu primeiro artigo a respeito foi publicado em 30 de junho de 1905) está sendo verdadeira celebração. Judeu-alemão, Einstein, perseguido pelo nazismo, encontrou abrigo nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Princeton. Suas idéias científicas viriam a desempenhar importante, ainda que indireto, papel na criação da bomba atômica, coisa que depois lhe causou grande amargura: "Melhor seria se eu tivesse me tornado relojoeiro", escreveu. Einstein era um ardente pacifista, um militante contra a intolerância, contra o racismo, contra a caça às bruxas que caracterizou a política norte-americana nos anos cinqüenta. Defensor do Estado de Israel ("O lugar do mundo em que os judeus têm a possibilidade de moldar a vida pública de acordo com os ideais de sua tradição", disse em 1954) era também um ardoroso arauto da paz no Oriente Médio: "Se não formos capazes de encontrar um modo de cooperação honesta com os povos árabes, demonstraremos que nada aprendemos durante nossos 2 mil anos de sofrimento", afirmou em 1929. Tanto talento e tanto conhecimento não impediam que Einstein fosse uma pessoa simples, amável, debochada até - a foto que o mostra com a língua de fora é disso bem ilustrativa. Um homem que dizia a respeito de si mesmo: "Não tenho talentos especiais. Sou apenas apaixonadamente curioso". Palavras no mínimo consoladoras nesta era de egos hipertrofiados.
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