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Opinião
18/07/2018 - 05h28
Salvar as eleições e o Brasil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Terminada a Copa do Mundo, começa pra valer a corrida eleitoral. Mas nunca antes este país viveu tamanho descrédito na classe política. Nem mesmo nos meses que antecederam 31 de março de 1964, quando os militares assumiram o poder, chamados pela sociedade civil, os políticos estiveram em tão baixa como hoje. O governo com baixíssima avaliação, o Legislativo tendo centenas de integrantes acusados de corrupção com alguns deles já condenados e, inacreditavelmente, com os mandatos preservados. Até o Judiciário com muitos magistrados na berlinda, conforme nos mostra o noticiário. O quadro leva ao desencanto popular e à possibilidade das eleições não serem representativas. Mais de 40% dos eleitores, especialmente as mulheres, mostram o propósito de não votar.

Com tantos desmandos e especialmente o regime de coalizão, onde governos, partidos e políticos barganham benesses (legais e ilegais) por votos legislativos, o povo não se sente representado. A máquina, esbulhada pelo processo de formação das maiorias parlamentares que possibilitaram governar durante as últimas décadas, é hoje um sumidouro de recursos e, mesmo assim, não é capaz de cumprir sua determinação legal de oferecer à população saúde, educação, segurança e outros serviços básicos tidos como contrapartida aos tributos recolhidos.

A democracia tupiniquim instalada a partir de 1985 e consolidada na Constituição de 88 - hoje com uma centena de emendas e mesmo assim inacabada - vive contradições que enfraquecem o poder estatal e, através da burocracia, dificultam a vida do cidadão. Coisas simples tornaram-se complicadas, minorias em vez de protegidas tornaram-se presas de exploradores políticos e o senso comum de autoridade - que independe de regime político - tornou-se precário. É esse o país que a geração democrática dos anos 80 lega aos brasileiros do século 21. É preciso ampla reforma de procedimentos e a despolitização de processos que devem ser apenas administrativos. Urge libertar a administração pública do empreguismo, equalizar salários e eliminar mitos ideológicos que, com o tempo, tornaram-se fantasmas.

Esse grande e promissor país merece muito mais do que hoje lhe é dado por aqueles que o tem administrado. Do jeito que a interpretaram durante esses anos todos, não há democracia que resista. A tarefa mais imediata é salvar as próximas eleições. Alertar os eleitores que os partidos e grupos, ao sugerirem abstenção e voto nulo ou branco, estão tentando dar um golpe no eleitor desencantado com a classe política e a atual situação. Ao mesmo tempo que sugerem o protesto, orientam seus filiados e seguidores a comparecer e votar pois, com o baixo comparecimento e o alto índice de nulos e brancos, ficará mais fácil eleger seus candidatos. Passadas as eleições, temos de partir para a mais ampla reforma administrativa, política, eleitoral, tributária e, principalmente, de costumes. Precisamos fazer renascer no povo a confiança e a vontade de participar. Sem isso, o futuro será incerto...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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