• Na avaliação de especialistas, situação é tão precária que a segurança fica comprometida toda vez que o portão de entrada e da garagem são abertos • Negligência e imprudência dos funcionários e a utilização indevida dos equipamentos de segurança podem trazer situações de riscos perigosas aos condôminos • Com os avanços da tecnologia na área de segurança, já é possível encontrar sistemas e soluções específicos, com recursos que multiplicam a capacidade de vigilância e a tornam muito mais eficaz Preocupados com assaltos e seqüestros, a maioria dos brasileiros procuram condomínios para moradia, pensando que terão mais proteção. Porém, a fragilidade na área de segurança é hoje uma das principais causas do crescimento do número de assaltos em condomínios residenciais e comerciais nas grandes cidades brasileiras. No estado de São Paulo, somente nos primeiros meses de 2005 foram registrados 13 assaltos a edifícios, contra 30 em todo o ano de 2004. Para se ter uma idéia do crescimento desse tipo de crime, observa-se que em anos anteriores não havia sequer estatísticas precisas devido ao baixo índice de ocorrências do gênero. "A segurança na grande maioria dos condomínios é tão precária que expõe os moradores a uma situação de risco toda vez que o portão de entrada ou a garagem são abertos", denuncia Jairo Davoli de Araújo, diretor técnico da International Security Company (Isco), empresa especializada em projetos de segurança. Na sua análise, o problema é causado por uma conjunção de fatores. Junto à falta de treinamento dos funcionários, some-se a ausência de normas rígidas para os condôminos e a má utilização de equipamentos de segurança para se ter um prato cheio para os ladrões. "Um exemplo clássico é o dos porteiros. Em mais de 90% dos condomínios que possuem Circuito Fechado de TV (CFTV), ele também é responsável pelo monitoramento das câmeras, acumulando as funções de vigia. Se ele não está preparado para exercer nenhuma das duas funções corretamente, imagine as duas ao mesmo tempo", destaca. José Carlos Hollaender, gerente da Plastrom Sensormatic, fabricante de soluções eletrônicas de segurança, acrescenta que outra deficiência comum é a aquisição de equipamentos (alarmes, sistemas de controle de acesso e CFTV) sem a preocupação com desempenho ou de um projeto de instalação. "Geralmente as pessoas só estão interessadas no preço final, sem se preocupar com os recursos e a qualidade. Como conseqüência, além de equipamentos inadequados às necessidades, condições de uso e colocados em locais incorretos, ainda correm o risco de que não estejam funcionando durante uma tentativa de assalto." Para ele, as soluções eletrônicas de segurança são ferramentas imprescindíveis que, junto a funcionários treinados e moradores conscientes, pode reduzir ao mínimo os riscos de assalto aos condomínios. "Esses equipamentos, agindo de forma integrada, são capazes de controlar quem entra e quem sai, monitoraram todos os locais de risco, permitem a movimentação de pessoas somente em áreas em que estão autorizadas e alertam em caso de movimentos suspeitos", explica Hollaender. Abaixo, especialista da Plastrom Sensormatic dá exemplos de como as soluções de segurança eletrônica podem ser utilizadas para evitar as abordagens mais comuns dos assaltantes. Situação 1 Falsos prestadores de serviços - As pessoas entram nos condomínios uniformizadas, dizendo ser de algum serviço público ou privado (água, energia, gás, entre outros). Algumas delas, percebendo a facilidade no acesso ao condomínio, estudam o local e vida dos condôminos, verificando informações como quantidade de moradores, seus horários de entrada e saída, quantidade de filhos, de automóveis, entre outros, para planejar o assalto, ou até seqüestro, detalhadamente com seus parceiros. Sugestão: Na opinião do gerente da Plastrom Sensormatic, nesse caso é essencial controlar o acesso de todas as pessoas. Torniquetes, eclusas e cancelas são equipamentos de segurança que permitem somente a entrada de pessoas autorizadas, reconhecidas previamente, com controle de privilégios quanto a horário, local ou dia, restringindo a permanência de prestadores de serviço (entregadores, técnicos de manutenção etc.) somente às áreas indicadas. "Mesmo que os ladrões consigam dominar o porteiro não terão acesso a outros ambientes do prédio. Tudo depende da política de segurança do condomínio e do treinamento dos funcionários. Existem equipamentos antes dos acessos aos elevadores (torniquetes e eclusas), ou mesmo na porta de cada andar, que podem ser programados somente para a entrada dos condôminos, impedindo a passagem de pessoas estranhas, até mesmo do porteiro", explica Hollaender. Situação 2 Entradas do edifício - Geralmente, os assaltantes rendem os moradores do lado de fora do prédio e conseguem entrar com o carro da vítima, pois não há nenhum controle quanto à entrada de automóveis na garagem do condomínio. Enquanto os ladrões entram, o porteiro é rendido por outro assaltante que entrou pelo portão de pedestre. Depois de toda a "limpeza", vão embora sem deixar nenhuma pista para a perícia. Sugestão: Nessa situação de risco, mais uma vez os equipamentos de controle de acesso (torniquetes, eclusas e cancelas) podem impedir a invasão tanto para o ladrão que rendeu o porteiro quanto para aquele que entrou pela garagem do condomínio. "Utilizar na garagem e na portaria torniquete e câmeras que se movimentam automaticamente, capazes de "enxergar" tanto de dia quanto à noite e acionando alarmes ao detectar movimentos estranhos, também são essenciais para garantir proteção", diz Hollaender. Situação 3 Ausência do porteiro - Enquanto o porteiro ausenta-se da guarita por alguns minutos, os assaltantes invadem o condomínio pulando os muros. Logo depois, o porteiro é rendido. Sugestão: Para impedir que os ladrões não cheguem até às demais dependências do condomínio, as câmeras com ações automáticas, detectam os movimentos estranhos no momento da invasão e dispara um alarme no monitor que apaga somente com a ação do porteiro. "Depois de um determinado tempo, se o alarme do monitor não for desligado, o sistema envia outros alarmes: para a equipe de segurança do prédio, acende uma luz, uma sirene é disparada, entre outros", destaca o gerente da Plastrom Sensormatic. Para identificar os assaltantes, é essencial o uso do gravador digital de imagens. Além de maior capacidade de gravação do que o VHS, o gravador armazena a ocorrência fora do local de risco e as imagens podem ser utilizadas como prova judicial. As imagens também podem ser úteis para verificar quais os pontos de maior vunerabilidade dentro do condomínio.
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