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Opinião
25/07/2018 - 07h53
A hora da verdade nos sindicatos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A grande fila – de 6 mil pessoas – que se formou no Vale do Anhangabaú (São Paulo) em busca das 1800 vagas de trabalho oferecidas no mutirão de emprego da UGT (União Geral dos Trabalhadores) é o reflexo do novo e autêntico sindicalismo que surge da reforma trabalhista. Sem a renda certa da contribuição sindical compulsória que por quase 80 anos levou o salário de um dia de trabalho por ano de todos os trabalhadores, o sindicato que deseja sobreviver tem que prestar serviços à sua categoria e, com isso, convencer o trabalhador a se manter sindicalizado e pagar suas mensalidades ou anuidades. Por conta disso, só sobreviverão os que prestarem serviços ao associado que, nestas condições, é o seu mantenedor espontâneo. No caso da grande fila, nada mais justo que os sindicatos filiados à UGT arrebanharem para seus quadros sociais os que conseguirem empregos e, na convivência do dia-a-dia, convencê-los a permanecer.

A contribuição sindical extinta na reforma trabalhista do ano passada foi criada em 1940, por Getúlio Vargas, como forma de manter os sindicatos atrelados ao governo. O bolo arrecadado com um dia de trabalho de sindicalizados ou não era destinado em 60% aos sindicatos, 15% às federações e 5% às federações. Com a renda garantida, muitas entidades sindicais tornaram-se recantos de pelegos, aparelhos ideológicos ou comitês políticos. Pouco se importavam com o associado, pois a renda era garantida compulsoriamente. Essa certeza de renda trouxe muitas distorções, até a corrupção na emissão de cartas de outorga de novos sindicados que recentemente derrubou o ministro do Trabalho e levou seus auxiliares para a prisão. 

Nada contra a existência de sindicalistas com militância política. As candidaturas e ações, no entanto, devem ser algo a mais do que a atividade sindical em favor dos associados. Depois cumpridas sindicais, pode até ser do interesse da classe ter seu representante atuando politicamente e defendendo seus interesses junto aos partidos e casas legislativas.

Ainda existem pressões junto ao governo e ao Congresso Nacional para se restabelecer a contribuição compulsória, sob outra denominação. Se isso ocorrer, será um retrocesso para o trabalhador pois os sindicatos continuarão desviados de suas finalidades, privilegiando apenas seus próprios dirigentes e sem qualquer atuação junto aos trabalhadores que lhes emprestam a denominação da categoria profissional. Por causa do sustento compulsório, o Brasil é o país com maior número de sindicatos no mundo. São 17.289. Brutal diferença em relação aos outros países com mais entidades do ramo, que são África do Sul com 191, Estados Unidos 190, Reino Unido 168, Dinamarca 164 e Argentina 91. A renda sem produção contraria todos os princípios de trabalho e economia...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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