Nos últimos 40 anos nossos hábitos alimentares sofreram grandes transformações e, não por acaso, adquirimos novos transtornos muitas vezes resultado destas mudanças. Trocamos a ingestão de frutas, legumes, verduras e alimentos frescos por uma alimentação mais industrializada, com alto teor de produtos químicos (hoje mais de 2000 substâncias são utilizadas pela industria alimentícia), gorduras trans (levando a carências de ácidos graxos essenciais), açúcar refinado e derivados de leite e soja em quantidades que o nosso organismo não estava e, para muitos, ainda não está adaptado para utilizá-los como nutriente. A constatação é da nutricionista Drª Denise Madi Carreiro. Ela explica que nossa alimentação está cada vez mais pobre em nutrientes e mais rica em substâncias que são estranhas ao nosso organismo o que provoca sobrecarga no sistema imunológico e na capacidade de eliminação de toxinas. "Isso pode gerar desequilíbrios funcionais que podem se manifestar através de sintomas físicos, mentais e emocionais", alerta. Lembrando que nosso organismo é composto por 100 trilhões de células e, 50 milhões destas são renovadas diariamente, a nutricionista acrescentou que nossos órgãos, ossos, músculos, sangue, sistema nervoso e imunológico, hormônios, neurotransmissores, enzimas enfim, todo nosso corpo é composto por células e estas são formadas exclusivamente por nutrientes, cada qual com sua função definida e intransferível. Quanto menor a ingestão de nutrientes e maior a ingestão de não nutrientes, mais se estimulam os desequilíbrios funcionais e estruturais. Além disto houve também uma redução significativa na nossa atividade física. "As gerações dos anos 70/80 adotaram os alimentos industrializados com naturalidade e, hoje, oferecem às últimas gerações uma educação alimentar carente de nutrientes necessários ao bom funcionamento e desenvolvimento do organismo." A nutricionista acrescentou que o baixo consumo de alimentos naturais e nutritivos, a falta de informação dos pais, a dinâmica familiar e a oferta atrativa, muitas vezes irresponsável, diretamente às crianças, de alimentos pouco nutritivos têm provocado o desencadeamento de desequilíbrios funcionais diagnosticados como: obesidade, hiperatividade, distúrbios de concentração e aprendizagem, depressão, hipertensão, infecções de repetição, alterações dos níveis de colesterol entre outros.
|