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Crônicas
10/07/2005 - 14h09
Marketing e política
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

Será a dolorosa crise pela qual passa o PT um fenômeno isolado? Muita gente acha que não. É o caso de Dennis Kavanagh, professor na Escola de Política e Comunicação da Universidade de Liverpool, Grã-Bretanha. Num brilhante trabalho apresentado à conferência internacional "Comunicação Política em um Mundo Global", realizada em Mogúncia, Alemanha, Kavanagh diz que há, sim, uma crise político-partidária generalizada manifesta na perda de confiança no partido como instituição, na menor fidelidade, na diminuição no número de filiados. Desgostosas, pessoas com natural compromisso cívico procuram outras formas de atuação, através de ONGs ou de movimentos voltados para a afirmação de minorias ou para a proteção ambiental.

Paralelamente surgiu outra tendência: à medida que, na segunda metade do século 20, as ideologias clássicas foram entrando em crise, uma nova forma de fazer política emergiu: o marketing. Já não se trata de lançar lemas, programas ou manifestos; trata-se de ganhar eleições, buscando votos em qualquer lugar, mesmo em partidos teoricamente adversários. A política profissionalizou-se; surgiram os quadros. Para financiar esta nova estrutura e as atividades de propaganda política, era preciso conseguir grana, de preferência através de fontes financiadoras. E aí Delúbio, Marcos Valério, Jefferson etc.

O marketing político é muito diferente da atividade partidária clássica. Em primeiro lugar, busca rapidez. Debates, assembléias, elaboração de documentos, essas coisas tomam tempo; como dizia Oscar Wilde, que se proclamava homem de esquerda, o problema do socialismo é que ele exige noites e mais noites de reuniões. O princípio da campanha eleitoral moderna é a eficiência nas respostas ao noticiário e às enquetes de opinião. Por isso, o pessoal do marketing político prefere um partido centralizado, com um único líder ou com poucos líderes. O marketing não depende de militantes; ele está mais interessado na "maioria silenciosa" que pode não ter opiniões claras, mas é uma grande fonte de votos. E o voto, ao fim e ao cabo, é o que conta. O marqueteiro contratado pelo Partido Trabalhista britânico (já em 1959!) foi taxativo: "O objetivo do trabalhismo deve ser ganhar eleições".

Muitos militantes não assinariam embaixo. Diriam que o objetivo de um partido é defender idéias e princípios; se isto resultar em vitória eleitoral, melhor. Se não, os militantes prefeririam ficar com as idéias e os princípios - na oposição.

O fato é que estamos vivendo uma fase de transição. Ideologias totalitárias, coletivismo ideológico, estas coisas não têm mais vez; mas será que isto pode ser trocado por uma espécie de mercado eleitoral? Será que estamos chegando a uma fase de "franchising" de causas e idéias?

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