28/03/2024  10h03
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
03/09/2018 - 07h04
O último a sair apague a luz
 
 

Tudo bem, só que o interruptor não funciona e é preciso entrar com um protocolo na concessionária de energia para solicitar uma averiguação, ainda a ser agendada, a fim de determinar a real causa do problema.

Há apenas três (e não quatro) parafusos fixando o espelho do interruptor na parede - um forte indício para que se cogite crime de apropriação indébita. Suspeitas recaem ainda sobre um certo ex-presidente, que teria se apoderado do referido parafuso semanas antes de deixar o Palácio, escondendo-o em um sítio no interior de São Paulo.

A esquerda argumenta que apagar a luz é ato arbitrário, de natureza unilateral, não condizente com a moderna democracia que o país vem se esforçando por consolidar nos últimos anos.

A direita rebate de forma veemente a insinuação, afirmando que o problema de mau contato apresentado pelo aparelho se deve à polarização provocada pelas alas mais radicais dos socialistas, fazendo com que o polo positivo e o negativo entrem em curto, causando um apagão ao mesmo tempo energético e ideológico.

Já o Centro aponta para uma solução conciliadora do tipo “dimmer deslizante”, para que a transição entre a escuridão e a iluminação a plena carga se dê de forma suave e gradativa, sem traumas para a coletividade e preservando nossos mais caros e autênticos valores institucionais.

Há, entretanto, uma forte corrente apartidária que sustenta não ser possível apagar algo que há muito não está mais aceso, já que o país demonstra crescente inadimplência não só no que diz respeito às suas demandas energéticas, mas também nas contas públicas de gás, água e telefone.

A verdade é que um apagar geral de luzes produzirá uma nação vulnerável em suas fronteiras e em sua soberania. Nisso concordam todos os analistas políticos e econômicos. A literal penumbra resultante dará ensejo para que milhões de cidadãos cubanos e venezuelanos abandonem seus paraísos de origem, pensando que ao agirem assim estarão retribuindo o bem que nosso “pai dos pobres” fez a Chavez e a Fidel em outros e nebulosos tempos.

Note-se ainda que uma ONG, de notória tendência esquerdista, já tem engatilhado um instrumento jurídico contestando semanticamente a frase “O último a sair apague a luz”. Argumentam os referidos trotskistas de que o termo “último” é segregacionista e discriminatório, por incumbir a uma única pessoa - no caso, a última a abandonar o recinto - uma tarefa que seria de todos.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
ÚLTIMAS DA COLUNA "MARCELO SGUASSáBIA"Índice da coluna "Marcelo Sguassábia"
21/12/2022 - 06h09 Previsões para amanhã
25/10/2022 - 05h52 Duña, uma fotobiografia
18/10/2022 - 05h45 Hardy, a hiena, vai anular o voto
03/10/2022 - 06h05 Nostraduña
20/09/2022 - 06h24 Aperfeiçoamentos enxadrísticos
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.