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Opinião
09/09/2018 - 06h57
O atentado e as instituições
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

É normal que na esteira de um atentado cometido contra o líder das pesquisas entre os candidatos registrados, surjam desconfianças de todos os matizes e até precipitadas conclusões. Nada a estranhar, também, que figuras relacionadas com guerrilha e notórios questionamentos de ordem política, social e até criminal, sejam colocadas na linha de suspeição. Mas nada se pode concluir, no entanto, sem a total apuração dos passos que levaram o autor da facada a cometer esse extremado gesto que, além da vida do ofendido, também estraga a sua própria vida. Dependendo dos envolvimentos, o agressor Adélio Bispo de Oliveira pode estar correndo o risco de execução como queima de arquivo, com ocorreu com Lee Oswald, o atirador acuado de matar John Kennedy, eliminado dois dias depois do crime contra o presidente. Mas, mesmo que isso não ocorra, estará marcado para sempre como quem tentou matar o candidato. Ainda mais: se realmente for um complô, da mesma forma que o esfaqueador, outros participantes da empreitada, diretos ou intelectuais, também podem ser arquivos para se queimar.

É preciso reconstituir os passos de Adélio até a sua chegada a Bolsonaro e investigar as pessoas com quem teve contato, aquelas que podem tê-lo ajudado a transportar a arma branca até o local do atentado e, principalmente, as suas relações sociais, profissionais e políticas. Essa varredura poderá revelar as condições em que o crime foi praticado e, em especial, se foi uma ação de moto próprio ou parte de um engendrado esquema que, se confirmado, caracterizará o crime político e até contra a segurança nacional. As autoridades têm o dever de desfazer as dúvidas para, com isso, propiciar a punição aos autores e evitar que as “fake news” incendeiem a nação e possam trazer danos ao processo eleitoral em andamento.

Vivemos um tempo infeliz. Os demagogos que lideraram a Nação durante as últimas décadas, por interesses eleitoreiros e outras conveniências, fizeram de tudo para destruir o respeito entre os indivíduos e enfraquecer a autoridade, especialmente as instituições policiais. A classe política sujou-se no lamaçal da corrupção e, mesmo com suas faces manchadas, muitos errantes ainda tentam sobreviver no erro e continuar enganando as massas. Temos de estancar os males e recuperar o que cada cidadão tem de bom, principalmente o que ele traz de berço.

Bolsonaro, pelo que nos é dado a conhecer neste momento, está salvo. Seu vice e correligionários devem continuar a campanha naquilo que seu físico convalescente não permitir participar. Que os demais candidatos também continuem e todos mantenham padrões éticos e civilizados, lembrando que passadas as eleições, quem ganhar terá o país para administrar e aos que perderem, pelo compromisso que assumem em campanha, restará a tarefa de, na oposição, fiscalizar o que será feito pelo novo governo. Quanto à facada sofrida pelo candidato, cabe à polícia identificar rigorosamente todos os envolvidos e à Justiça apená-los de acordo com a participação de cada um. Nem mais, nem menos...

 
Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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