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Opinião
11/09/2018 - 06h37
Razão e emoção
Montserrat Martins
 

A neurociência explica a interação entre razão e emoção: primeiro nós sentimos, depois pensamos e agimos, às vezes agimos até antes de pensar, ditados pela emoção, de modo impulsivo.

Os próprios pensamentos são ditados pela emoção predominante: quando tristes somos pessimistas, em momentos alegres ou afetivos somos mais otimistas e dóceis, quando assustados somos cautelosos, na hora da raiva somos tomados por pensamentos agressivos.

Emoções fortes são más influências, tanto as ruins quanto as boas, nos seus extremos. Não só a raiva é má conselheira, pois podemos nos arrepender quando movidos pela raiva, como a alegria também pode ser prejudicial, se levar a um otimismo exagerado - por exemplo, o que leva a gastar demais, contando com valores que ainda não recebemos. Há muitas formas de sensações “triunfantes” que deixam a pessoa descuidada, quem gosta de futebol, por exemplo, já viu muitas vezes o chamado “salto alto” - que é quando um time se acha melhor que os demais e, por sua arrogância, acaba perdendo o jogo.

“Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, diz um ditado popular, da linha dos ditados sábios tais como “o tempo é o Senhor da razão”. A emoção que mais induz à cautela é o medo, a preocupação com o futuro, com as consequências dos fatos e das nossas ações. Mas a cautela também pode ser fruto da mera racionalidade, do planejamento, do uso de nossa capacidade intelectual em buscar as melhores alternativas para a nossa vida.

A genialidade de Freud foi mostrar como nossa mente é dominada pelo inconsciente, onde as paixões mobilizam as mais diversas reações. O ser humano que até então se julgava um ser completamente racional, pela inteligência superior à dos outros animais, teve de admitir as influências de sentimentos não resolvidos no seu próprio inconsciente. A psicanálise e as diversas formas de terapia tem esse princípio, trazer as nossas emoções à tona, para que as possamos enxergar e refletir sobre elas, à luz da razão.

Não é “emocionante” ser racional e o nosso cérebro, instintivamente, gosta de emoções fortes. Existe a chamada “compulsão à repetição” onde pessoas repetem comportamentos que as prejudicam, movidos por alguma emoção inconsciente, mal resolvida.

Ser racional não é divertido, não te torna “popular”, não dá prazer imediato - ao contrários de brigas, vinganças, triunfalismos sobre “adversários”. Mas como você sabe, no dia seguinte nem sempre o que é divertido é bom, às vezes é uma droga.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do EcoDebate, é psiquiatra, autor de “Em busca da alma do Brasil”. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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