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SEÇÃO
Crônicas
04/10/2018 - 07h27
O maior erro da minha vida
Maria Cândida Vieira
 

Acho que qualquer pessoa, como um ser humano que erra, deve sentir que existe aquele erro que ela pode chamar de "o maior erro da minha vida". Para mim, o pior erro que cometi foi o meu primeiro namorado, do qual, sinceramente, não lembro com saudades nem com rancor, só com pura indiferença. Lembro dele mais como consequência da minha inexperiência com rapazes e da baixa autoestima de uma moça carente que achava que ninguém olharia para ela com interesse. Isso me ensinou o quanto é perigoso uma pessoa (principalmente mulher) não ter autoestima, porque ela pode acabar sendo cega para os sinais de que um homem dá de que não vale dois minutos do nosso tempo. Sinais que eles dão desde o início, mas que não fomos capazes de perceber por causa da nossa cegueira emocional. Isso mesmo, cegueira emocional que também é fruto da nossa cultura machista que nos ensina a agradar aos homens, a tentar ser de toda forma boas o suficiente para eles e entender que, se eles não nos tratam com a devida atenção, o defeito é nosso, porque o machismo faz os homens tenderem a diminuir as mulheres e se exaltar.

Outra coisa que também aprendi é que o fato de alguém ser evangélico, criado dentro de uma igreja, não significará que ele não terá valores fúteis ou será um bom namorado. Aliás, ele até usará sua religião como distintivo para se dizer superior, sendo no fundo estúpido e superficial. E ele dava muitas mostras de estupidez e superficialidade que hoje percebo que eram ridículas. Dizia muito: "Pois é, né? Acho que a gente não vai muito longe não"; "Você é bonita, mas não vou dizer que você é linda, não vou mentir"; "Sabe, há muitas moças que estão interessadas em mim ou querendo voltar a me namorar". E presumo que ele não se perguntava como eu me sentia ouvindo isso. O que ele queria dizer? Que podia ter qualquer uma e eu era apenas mais outra? Que eu não valia a pena, era um tapa-buraco, um passatempo? Por pressão da família, eu acabei pedindo um tempo e algum tempo depois, ele me viu novamente numa igreja, mas eu já estava liberta da ilusão e e não quis nem cumprimentá-lo. Porém, pasmem, ele me telefonou outro dia dizendo que eu tinha ficado mais bonita e que tinha ficado magoado por eu ter terminado dizendo-se sensível. Estranho é que ele não teve sensibilidade de não abrir a boca para dizer coisas que davam a entender que eu não era especial, apenas alguém a mais para ele. E ele ainda falou de moças atrás dele. Dessa vez, eu vi quem ele realmente era. Ele nunca estivera realmente apaixonado e talvez estivesse esperando a chance de terminar, afinal, ele mesmo dizia que achava que não iríamos longe. Acredito que foi a vaidade dele que se magoou e que, no entender dele, era para ele ter terminado, não eu. O que doeu foi ter sido dispensado.

Por muito tempo, fiquei com raiva de mim por ter sido tão cega, por ter ficado com alguém que dava a entender que fazia uma grande caridade me namorando, mas hoje a raiva se foi e pretendo falar disso para alertar as mulheres: não aceitem homens que as tratem assim. Eles não são capazes de se apaixonar de verdade e só querem ter seus egos acariciados.

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