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Opinião
27/10/2018 - 06h48
Onde está o limite?
Marcelo Jabur
 

Fui abastecer o meu carro e conversando com o frentista sobre os valores dos combustíveis e das políticas utilizadas no segmento para definição de preços, ele me disse que o patrão (dono do posto) disse para a equipe que, se determinado candidato vencesse a eleição, as coisas ficariam ainda piores. Reforçou que, se votasse no outro candidato, o mercado ficaria mais favorável e que seria bem melhor para todos que trabalhassem no segmento. Inclusive para os clientes.

Ele fez esse relato, pelo que pude perceber, compreendendo que a fala do chefe era coerente. Me pareceu que ele concordava e entendia que fazia sentido (para o funcionário) a opinião do proprietário do posto.

A participação de líderes empresariais e/ou empreendedores nas eleições é algo bastante importante. O envolvimento da sociedade como um todo, em um processo eleitoral, demonstra o sentimento de responsabilidade que cada cidadão tem (ou precisa ter) pelo futuro do País, bem como, pressiona candidatos e eleitos a agirem no sentido daquilo que foi proposto durante a campanha.

As pessoas que estão à frente de empresas e das mais diversas organizações sociais, têm compromissos diários com a vida de muitas pessoas. Por conta disso, é absolutamente natural que estejam ainda mais envolvidas com o processo eleitoral. Além do impacto que as eleições trazem para o indivíduo, existirá sempre um conjunto de pessoas (maior ou menor em função da empresa) que também sofrerá essas influências.

A liderança implica, inevitavelmente, em responsabilidade superior. Assumir esse papel me parece algo absolutamente natural. Por outro lado, discutir os limites para a interferência das lideranças de uma empresa sobre suas equipes, na escolha dos melhores candidatos, também parece ser importante.

Enquanto participar da vida política do País, expressando as próprias opiniões, ouvindo opiniões contrárias, e buscando chegar à tomada de decisão entendida como melhor para o momento, seria algo bastante desejável. Por outro, lado as pessoas podem cometer o exagero de tentar forçar outros indivíduos a acreditarem naquilo que o chefe entende como mais adequado.

Eu digo “forçar” porque existe, evidentemente, dentro das empresas, uma relação hierárquica muito clara entre líderes e liderados. Utilizar-se dessa condição para convencer as equipes a votar em um ou outro candidato pode caracterizar, em alguns casos, um ato de coerção.

A liderança tem total liberdade para expressar suas opiniões entendendo que elas são melhores para o todo. Isso é, na minha visão, muito saudável. Mas, constranger as pessoas por conta de estar em uma condição hierárquica superior, no ambiente de trabalho, pode ser negativo para os relacionamentos e trazer problemas futuros para o rendimento dos profissionais envolvidos.

Não sugiro que tratemos as empresas como um mundo apartado da política. Nada disso. Mas, temos que entender que as eleições vão passar, os ânimos devem se arrefecer e, na sequência, seguiremos com os desafios nas empresas e na própria carreira para serem superados. Precisaremos das pessoas no dia a dia com estado de ânimo profundamente favorável. Por isso, é preciso cuidar agora.

Pensamento de médio e longo prazo exige respeito e cuidados com as pessoas com as quais convivemos diariamente. É com elas que trabalharemos para encarar, da melhor forma possível, os obstáculos que teremos pela frente.


Nota do Editor: Marcelo Jabur é coach executivo, palestrante e professor da FGV.

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