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Opinião
02/11/2018 - 07h38
O respeito à verdade das urnas
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

“É preciso ouvir a voz rouca das ruas” - dizia Ulysses Guimarães, o destacado líder político que durante toda sua vida encarnou a luta democrática e nos legou a Constituição que no último dia 5 completou 30 anos. A eleição de Jair Bolsonaro nada mais é do que a manifestação majoritária dessa voz que, talvez, não seja tão rouca como dizia a retórica do velho líder. É preciso que os alijados do poder tenham humildade para aceitar e que os ganhadores sejam dotados de grandeza para não exceder. O novo presidente tem todo o direito e representatividade para implantar as mudanças que pregou e com as quais conquistou os votos. Ele necessita do espaço para trabalhar, ouvir, raciocinar e decidir mediante a delegação que lhe outorgaram os 57 milhões de eleitores que o sufragaram nas urnas.

Promover manifestações, chamar greves e tentar atrapalhar num momento desses é ação de lesa-pátria e merece toda reprova. A democracia estatui que a maioria governa e a minoria se submete e, em não concordando, se organiza, torna-se maioria e, na mesma linha de raciocínio, assume o poder e vai fazer do seu jeito. Tem o Executivo a tarefa de governar e o Legislativo (que representa o povo e as unidades federadas) a obrigação de discutir as medidas e aprová-las ou não. A sociedade, se quiser participar, tem como caminho fazê-lo ordeiramente através de seus representantes, que são os integrantes das casas legislativas. Em último caso, não havendo forma de ser ouvida, ainda há o recurso de recorrer à Justiça. Mas nada justifica a desobediência civil e o grevismo. O direito de greve é assegurado, mas como último recurso nas relações do trabalho. Não na forma de instrumento de pressão política.

Depois de tantos anos de enganos, permissividade, omissão e até de corrupção, a sociedade escolheu mudar. Foi buscar alguém que lhe parecia em condições de atender suas aspirações. É preciso aguardar as medidas, acompanhar sua tramitação legislativa e, por fim, vê-las implementadas (ou não). O presidente eleito já se declarou, algumas vezes, escravo da Constituição e da forma democrática. É preciso ter um crédito de confiança. Temos de repudiar todos os que, pela força e pressão, se vitimizam ou ameaçam recorrer a meios violentos e antidemocráticos para impedir que a vontade vinda da “voz rouca das ruas” se torne realidade. O confronto é o que menos interessa aos brasileiros, um povo pacífico por natureza. Tudo o que se fizer nesse sentido será tentativa de impedir as reformas que o país necessita para ir em busca de dias melhores. Que venham as reformas econômica, eleitoral, social e de todos os setores que hoje vivem no descompasso...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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