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SEÇÃO
Crônicas
02/12/2018 - 07h53
Recordando o Repórter Esso
Dartagnan Ferraz
 

Fui bancário durante mais de 30 anos. Na área que atuei, o crédito rural, sem falsa modéstia, fui um bom profissional, sempre procurei dar o melhor de mim na tomada de propostas, elaboração de projetos, análise, entrevista com clientes etc. e coisa e tal. Os clientes podem e até hoje, graças a Deus, atestam que fui bom funcionário, mais que sempre procurei ajudar o homem do campo.

Agora, quando me perguntam se a minha vocação seria ser bancário ou mesmo funcionário público, respondo que não. Eu fui bancário por contingência do destino, acaso, falta de outra opção. fiz um concurso quase obrigado por meu pai que não aguentava mais me ver na malandragem, passei e fiquei no emprego. Mas a minha vocação não era ser bancário. Pra que mentir? Dentre outras profissões, caso da de professor, eu sempre admirei muito, acreditem, o radialismo, inclusive o radialismo jornalístico. Sempre fui - ainda sou - ligado ao rádio. Fui fã incondicional dos grandes locutores tanto esportivos como noticiaristas. Cheguei até, como amador, a comandar um programa de entrevistas aos sábados, durante quase dez anos, na Rádio jornal de Pesqueira. E escrevi a crônica do meio dia durante mais de vinte anos.

Infelizmente Deus não me deu ao boa voz. A minha voz é mais antimicrofônica possível. Ninguém mais do que eu sabe disso. Se usei o microfone foi com uma dificuldade incrível porque a minha voz e totalmente ruim, desafinada, rouquenha e sem o timbre que caracteriza o bom locutor ou radialista. Sim, sou melhor escrevendo do que falando.

Confesso que admirava mais o rádio de antigamente. E da programação, o que mais gostava era das emissões do famoso "Repórter Esso". Como eu admirava aqueles locutores porretas, aquela maneira de dar a notícia em primeira mão do que estava acontecendo no Brasil e no mundo. A música característica daquele noticiário ainda está na minha mente e coração, parece que um dos locutores era Heron Domingues e o Recife não me lembro, mas um amigo meu, Rossini Moura, durante um período foi locutor desse noticiário. Um tempo desse ouvi a gravação de várias emissões do "Repórter Esso" na Rádio Universitária. A emoção foi incrível. Ouvir esse noticiário era algo obrigatório para a maioria das pessoas. Eu diria que ele superava o Jornal Nacional da Globo. Motivo: era talvez o único noticiário do gênero. Mais: era algo mais sério, a verdade é que havia mais ética no jornalismo. Ainda hoje relembro aquele tensão que havia na última notícia, quando o locutor, depois da musiquinha, anunciava: "...E atenção, URGENTE, Washington, notícias da United Press dão conta que uma força tarefa armada pelos Estados Unidos invadiram Cuba e foram rechaçados pelas milícias revolucionárias. Mais uma vez, Washington, URGENTE: O presidente John Kennedy assumiu a responsabilidade pela invasão da baía dos Porcos em Cuba. O líder revolucionário Fidel Castro anunciou que os contra-revolucionários serão julgados sumariamente e levados ao Paredón! O Repórter Esso voltará ao ar no horário normal ou a qualquer hora em edição extraordinária".

Era outro tempo. Havia talvez mais emoção. Imaginem a repercussão de uma notícia dessas. Que saudade do Repórter Esso. Saudade do passado. Inté.

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