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Opinião
22/12/2018 - 05h49
Livrai-nos do Mala Man
Montserrat Martins
 

O mundo precisa de amor, mas também de interpretação de texto. Na retrospectiva de fim de ano, 2018 será lembrado como o ano dos maniqueísmos, das brigas de família por política, das acusações de parte a parte. “Numa guerra a primeira vítima é a verdade”, já disseram, ninguém parecia interessado em pesquisar os fatos, todos envolvidos em repassar qualquer versão que atacasse adversários.

Tem aquela da criança que tinha medo do “Mala Man”, devido à oração que ouvia terminar como “Livrai-nos do Mala Man”. Em 2018, fomos todos essa criança, passamos o ano com medo do que “poderia acontecer” se os “outros” vencessem. Em 2018 também fomos todos o próprio “Mala Man”, fomos muito “malas” repetindo fake news contra os outros sem conferir, pelo prazer de agredir quem pensa diferente.

Que 2019, portanto, nos livre do Mala Man e que a vida possa prosseguir convivendo com a realidade, mesmo que essa não corresponda aos nossos desejos. Com bom humor, se possível, mesmo que irônico. “Resistência sou eu, que sou do Vasco”, ironizou uma internauta sobre o propósito de muitos que se via nas redes sociais. Bom humor é essencial à saúde.

A verdade é que estamos todos no mesmo barco e as brigas com a família ou com colegas e amigos não vai ajudar. “Eu avisei” ou “eu não tenho culpa” são frases inevitáveis, a cada discordância que você tem do governo, se você não votou nele. Mas todos sabemos que esses argumentos não tornam ninguém imune à crise econômica e social.

Somos mais de 200 milhões de brasileiros e mais de 10 milhões de gaúchos à deriva, sem sabermos muito bem o que esperar, se as medidas econômicas previstas vão dar mesmo resultado, se pode haver retomada do emprego, se a crise da segurança vai ser enfrentada e produzir resultados. Nessa hora não vai fazer diferença em quem você votou, ter possibilidades de emprego e condições de segurança são melhores do que dar tudo errado só pelo prazer de dizer “eu avisei”, não é?

Em vários sentidos, nossa situação de brasileiros não está tão diferente da de outros países: a política norte-americana também está radicalizada, os franceses fizeram protestos massivos e violentos contra reformas da previdência, a maioria dos países sul-americanos segue em dificuldades econômicas.

Como na história do copo cheio ou vazio, podemos escolher entre lamentar a corrupção aflorando nos noticiários ou comemorar que as instituições estão funcionando e políticos de todos os partidos seguem sendo indiciados, a PF e o MP seguem atuantes.

Você tem todo direito de ser pessimista, ninguém é obrigado ao “jogo do contente da Poliana”. Mas também ninguém é obrigado a ser o Mala Man.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do EcoDebate, é psiquiatra, autor de “Em busca da alma do Brasil”. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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