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SEÇÃO
Crônicas
10/01/2019 - 06h39
Ninguém é um coitado
Maria Cândida Vieira
 

Se você quer ajudar alguém, guarde bem este conselho: não chame essa pessoa de coitada. Chamar alguém de coitado é uma falta de respeito, porque você a estará diminuindo, dando a entender que esta pessoa precisa da piedade alheia. Ninguém precisa de pena, mas de respeito e reconhecimento. Também é importante aprendermos a não confundir pena com compaixão. Ter compaixão é saber se colocar no lugar do outro, vendo-o como a um igual e atendendo-o quando se encontra em situação difícil, que requer ajuda.

Você gostaria que tivessem pena de você e lhe chamassem de coitadinho ou pobrezinha, por exemplo? Se você tiver um mínimo de dignidade, achará horrível. Primeiro, porque quem tem senso de dignidade quer sentir que é capaz de cuidar de si, traçar seus caminhos e vencer os obstáculos da sua vida. Obviamente, pessoa alguma é totalmente independente e seria idiotice querer viver sem depender dos demais em uma sociedade. Mas é preciso que sejamos capazes de viver sem depender da boa vontade alheia, porque não podemos exigir que os outros estejam sempre disponíveis para nos ajudar. E, se há coisas que podemos fazer por nós mesmos, não há porque incomodar outrem. Ademais, a vida é incerta e precisamos estar prontos para o fato de que um dia iremos nos ver em situações nas quais só poderemos contar com nós mesmos.

Tudo bem ser solidário e demonstrar que você está lá para dar apoio. Porém, não diminua a pessoa, fazendo-a entender que ela não consegue nada sozinha. Nem aja de forma a mostrar que a ajuda por pena. Aliás, aja assim e ela preferirá não ser ajudada. Melhor sofrer só ou enfrentar mais dificuldades para realizar uma tarefa do que receber uma ajuda tão desagradável. Ajudar não lhe dá o direito de dizer (direta ou indiretamente) que alguém não pode andar com suas pernas. Quem deseja se sentir apto a viver neste mundo quer se desenvolver como ser humano, arriscar-se, prover suas necessidades. Somente um ser infantilizado e dependente vai se contentar em viver esperando que sempre tenham pena dele.

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