Arquivo MAMM

“A mulher de branco” é o personagem de uma lenda urbana, que causa espanto e medo às pessoas nas noites escuras. Essa estória já vem desde 1800.

A mulher de branco que vou retratar nessa crônica, é a auxiliar de enfermagem, enfermeira e outras tantas profissões que por força do ofício precisam trabalhar com roupas e sapatos brancos.

Nós temos um grande número de mulheres que trocam os plantões às 19 ou 20h e voltam para casa caminhando, de ônibus, ou metrô, sofrendo assédio, sendo perseguidas ou até estupradas.

Essas mulheres que no escuro da noite são alvos fáceis, já enfrentaram um plantão num serviço bem exaustivo, e só estão querendo voltar para casa e descansar. Mas há um fetiche na cabeça do tarado, que se passar uma mulher de roupa comum e uma de roupa branca, é atrás dessa que ele vai.

Em São Paulo a Lei nº 16.490, já prevê que o motorista de ônibus deve parar onde for mais conveniente para as mulheres e os idosos, das 22h às 06h, mesmo que não seja o ponto de ônibus. Isso deveria ser estendido para todas as cidades. A empresa recebe multa de 360 reais se não cumprir a determinação.

Acho importante divulgar esse assunto, até por que algumas pessoas por ignorância, ao saberem de um estupro perguntam:

- Que roupa ela estava vestindo?

Como se a roupa da mulher pudesse controlar o “doente” que está na rua planejando um estupro. Temos casos de estupro em países que as mulheres andam de burca.

Faço aqui esse alerta, que sirva como tema nos cursos de enfermagem, e outras profissões onde as mulheres precisam usar roupas brancas.