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Opinião
19/02/2019 - 06h57
O presidente e a volta da UDN
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A possível mudança do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos parlamentares e seguidores para a UDN (União Democrática Nacional) é um fato novo no dia-a-dia da política, mas não chega a ser novidade na carreira do governante que, nos seus 30 anos de mandato, passou por sete partidos. Vale lembrar, no entanto, que a sigla agora escolhida, diferente das anteriores, inexpressivas, tem um passado de destaque. Criada em 1945, na redemocratização pós-ditadura Vargas, a UDN reuniu expoentes da política nacional da época. Teve atuação voltada ao liberalismo e moralidade contra o populismo praticado por Vargas, a quem fez grande oposição durante o governo constitucional, que terminou no seu suicídio. Depois de apresentar candidatos a presidente e perder nas eleições de 1945, 50 e 55, o partido apoiou Jânio Quadros, que era filiado ao PTN (Partido Trabalhista Nacional) e ganhou a eleição de 1960, mas renunciou 7 meses após a posse. Viveu às turras com o governo do petebista e herdeiro político de Vargas, João Goulart (1961-64) e apoiou a tomada do poder pelos militares. Foi extinto em 27 de outubro de 1965, juntamente com os demais partidos, através Ato Institucional nº 2, que criou o bipartidarismo, com Arena e MDB.

Num país onde os partidos não passam de cartórios, a volta da outrora ruidosa UDN pode atender à necessidade de Bolsonaro se desvencilhar dos problemas que começam a surgir no PSL. Mas o presidente e seus seguidores devem se acautelar para evitar que na nova sigla ocorram as mesmas práticas. Mudar ou não de partido é puramente opcional, mas o presidente tem de fazer do seu partido uma plataforma segura para governar. A UDN, por estar inativa, não tem passado e nem problemas recentes. Não será difícil moldá-la aos interesses do mandato e aproveitar o seu passado histórico como grife ideológica. Cultivar a idéia de um partido que no passado teve grandes lutas pelo desenvolvimento nacional.

O país passa por uma importante virada de ciclo, semelhante às ocorridas em 1945, 1964 e 1985, com a diferença de hoje não haver quebra institucional nem alteração do processo eleitoral. A nova ordem decorre de eleições livres e democráticas. O presidente e seu grupo, tendo recebido o pais governável das mãos de Michel Temer, que pagou alto preço para tirá-lo do colapso petista, tem de se prevenir e manter a credibilidade. Evitar decisões impensadas e geradoras de crise, lembrando dos exemplos dos seus histriônicos antecessores Jânio Quadros e Fernando Collor que, com medidas de alta repercussão, perderam a condição de governar. O momento exige firmeza e segurança do governante para que a economia tenha os investimentos necessários, o trabalho seja pleno, a segurança eficaz e a esperança por dias melhores seja a constante. Fatos isolados não devem, jamais, afetar o governo.

Quanto à mudança de partido, será irrelevante se o governo mantiver seu norte e não permitir que acontecimento subalternos provoquem crises que em nada ajudam mas podem desviar dos objetivos. No PSL, na UDN ou em qualquer outra sigla, Bolsonaro tem de se cuidar e sempre ter como foco principal aquilo que prometeu em campanha e com o que ganhou os votos do eleitorado. Uma das tarefas a cumprir - é bom não esquecer - é a reforma do sistema partidário, que hoje não atende aos interesses do país...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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