Carla e Olga: parteiras
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Dona Olga, como é conhecida, nasceu em Mogi das Cruzes (SP) e como era envolvida nos projetos da igreja católica, aos 18 anos, começou a acompanhar e ajudar as parteiras da cidade. Em 1960, quando já estava casada com José Garrera Castrisana e tinha 3 filhos, mudou-se para São Sebastião (SP). Na época as mulheres não aceitavam acompanhamento médico para os partos, a tradição era ter os filhos em casa, com a ajuda das mães, das avós e de uma parteira experiente. Hoje em dia, ela nem tem conta de quantos partos acompanhou, chegou a trabalhar também na Maternidade da APAMI - Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e Infância, na época recebia 25 cruzeiros por cada parto. Na Maternidade as parturientes eram acompanhadas pelo Dr. Carlos Alberto Câmara Leal de Oliveira e pela Dra. Eliza Pinheiro Mendonça. Depois da inauguração do Hospital em 1963, os partos passaram para o Centro Cirúrgico, mas muitas mulheres preferiam ter os filhos em casa, acompanhadas por parteiras. Dona Olga trabalhou como parteira até o começo da década de 70. Hoje em dia, há um movimento entre as mulheres, e o parto em casa, acompanhado por parteiras e doulas está ganhando força novamente. Esse, que hoje é chamado de Parto Humanizado, foca no bem estar da mulher e deve ser realizado próximo ao hospital, para o socorro em caso de emergência. Dona Olga Castrizana teve 4 filhos: Tomaz, Lílian, Walterli e Dalterli, ainda está forte e lúcida, aos 95 anos, observa que as mulheres estão fazendo esse caminho de volta.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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