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SEÇÃO
Crônicas
20/07/2005 - 13h06
O amor atual
João Soares Neto - Agência Carta Maior
 

Somos todos frutos do amor. Seja ele duradouro ou circunstancial. De uma forma ou de outra, temos uma família que nos insere no mundo. Um dia, deixamos de ser filhos, e passamos a ver o amor como a mais legítima forma de estabelecer novos laços afetivos. A partir desse dia, vemos que é preciso encontrar uma pessoa a quem possamos amar, através de um processo de aproximação sucessiva, manter essa relação atraente, não desgastante-sufocante e viva com o correr do tempo, seja curto ou longo. E ao lado do amor, deixar correr a vida real.

Vivemos, quer queiramos ou não, o tempo da pós-modernidade, essa coisa meio chata de definir, mas que pode ser encarada de vários ângulos e aspectos. Por sermos humanos, não temos selos de garantia, somos fracos e falhos. E temos urgência em viver relacionamentos que nos dêem prazer, apoio e danifiquem o menos possível os nossos sentimentos. Além de tudo isso, como vivemos contextualizados, não podemos fugir muito das regras sociais da família, grupo e local. Somos comparados e comparamos. Temos que crescer profissionalmente, também. "Isto é básico", na linguagem atual.

Esse mundo pós-moderno (do computador, celular, emprego externo ou em casa, contas divididas, insegurança pessoal e coletiva, escuta telefônica, caixa eletrônico, carro, liberdade, aditivos sexuais, corpos malhados ou remodelados querendo parar o tempo, motéis e da fragilidade dos relacionamentos) fez o ser humano ficar ainda mais tímido e confuso, admitindo que o seu amor pode se esvair rapidamente.

Hoje, além de todas as artimanhas do amor, os casais têm que formar uma sólida base econômico-financeira que os proteja da volatilidade dos empregos e da incerteza do futuro que é a única certeza.

Por tudo isso é que já não se estranha que uma pessoa entre em um relacionamento sem encerrar as contas do anterior, de modo a descobrir no outro o que falta "naquele, de antes". Se der certo, fecha as contas de um e abre outra. Há, ainda, as categorias de casados-mornos ou casados-mas-nem-tanto. Nelas, os parceiros têm consciência do desgaste da relação, esperam que os filhos cresçam ou que o tempo faça um milagre.

Os amores, até em casas separadas, e não mais apenas em quartos separados, são indícios da fragilidade da consistência afetiva entre as pessoas. Por outro lado, a liberdade atingida permite ainda a troca continua de parceiros, o que banaliza o relacionamento. Ficar com alguém é distinto de amar alguém. Sair para ver o que vai dar é diferente daquela busca romântica e finita do outro. O verdadeiro encontro ou prazer só se dá com o amor. O resto é ato. O tempo não é santo, pois é contaminado pelo dia-a-dia da vida crua e nua, que vemos dentro e fora de nossas janelas.

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