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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
22/04/2019 - 06h00
Barrabás! que fim levou Barrabás?
 
 

Ele tinha certeza de que iria se lascar. E como tinha. Carregaria pela eternidade uma maldição da qual nem depois de morto conseguiria se livrar. Entraria para a história como vilão, para jamais sair.

Depois de solto naquela fatídica sexta-feira, foi visto durante certo tempo lixando, na base da lima, pedriscos irregulares para transformá-los em pedregulhos redondos, que depois eram ensacados e levados por escravos à Via Sacra, para pavimentá-la. Belo castigo para quem se safou no páreo contra o Salvador do mundo. Embora a culpa não fosse de Barrabás, e sim da multidão que o mandou libertar.

Em seguida se aventurou como guia turístico na cidade santa, caminhando todo dia pelos pedregulhos que ele mesmo havia polido, e levando com ele multidões de turistas. O city tour seguia sempre em relativa ordem, até chegar ao local onde Pilatos havia lavado as mãos e libertado o agora guia de turismo, a pedido do povo. Ao afirmar que o bíblico Barrabás era ele próprio, de imediato começavam as cusparadas, arranhões, croques na cabeça, chapuletadas e puxões violentos de cabelo, interrompendo a Via Sacra bem antes da escalada ao Monte Calvário.

A verdade é que a barra, que já fazia parte do nome do infeliz, pesou cada vez mais pelo resto da vida dele. Tentou voltar à boa e velha rotina de delinquência, mas para isso precisava de comparsas. Só que virar o braço direito de Barrabás, depois de tudo o que aconteceu, assustava até os gatunos mais inescrupulosos. Era maldição demais, nem a escória da época se dispunha a assumir o risco de uma sociedade com o dito cujo.

Afirmam alguns que definhou, desassistido, até a morte. Mas tais testemunhos não foram comprovados, e é bem possível que tenha terminado seus dias no comando de alguma peixaria em Cafarnaum, Emaús ou Betsaida. Com a barba raspada e identidade falsa, evidentemente.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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