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Opinião
26/04/2019 - 07h01
A corrosão da liberdade
Dartagnan da Silva Zanela
 

Quanto mais falamos dos tais direitos, dos nossos sacrossantos direitos, mais nos acanalhamos.

E nos acanalhamos por uma razão muito simples: porque nós não nos cansamos de cultivar a crença de que alguém deve, necessariamente, acudir por algo que seria de nossa inteira responsabilidade.

Sabe-se lá por quais cargas d’água nós passamos a esperar que alguém faça esse algo por nós, mas o fato é que passamos a achar isso tão normal quanto bonitinho.

E, é claro, que esperamos que esse algo seja feito com toda a deferência do mundo, porque a gente merece. Não sei por quê, mas a gente acredita nisso.

Não estou afirmando com esse dito que não deveríamos ter direitos. Não. O enrosco é doutra ordem.

O que digo é que colocar tal prerrogativa como sendo o centro de nossa vida, e o coração de nossas preocupações cívicas, seria algo que poderia colaborar significativamente para o nosso desfibramento moral, nos tornando débeis e dependentes da ação daqueles que se encastelam em torno e dentro das entranhas do Estadossauro.

Resumindo o entrevero, lembremos que um direito seria apenas uma obrigação que um terceiro teria para conosco.

Por isso e nesse sentido, quanto mais direitos nós temos e queremos, mais somos reduzidos à condição pueril, de dependentes manhosos do beneplácito de outrem.

Ah! Já estava me esquecendo. Para tentar evitar que as obrigações não sejam cumpridas, o Estadossauro sempre cria, para “o bem e proteção de todos”, inúmeros mecanismos burocráticos para “garantir” que nossos direitos sejam supridos, ou para fingir que o são.

Procedendo assim, este, o Estadossauro, diminui a nossa liberdade de ser e agir, de modo rápido e eficaz; e, o monstrengo frio faz tudo isso com os nossos (depre)cívicos aplausos.

Enfim e por fim, não preciso nem dizer quem é que sai ganhando com essa história toda, não é mesmo? Que bom. Então paremos por aqui com essa prosa e tomemos um bom café.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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