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Opinião
12/05/2019 - 05h35
Marca registrada
José Luiz Boromelo
 

Afrontar as regras estabelecidas. Em poucas palavras poder-se-ia, grosso modo, definir a personalidade do cidadão brasileiro, quando posicionado atrás de um volante ou de um guidão. Felizmente a generalização necessária e oportuna não contempla a imensa maioria dos condutores de veículos do País (obviamente guardadas as devidas proporções), uma vez que a leva de motoristas cientes de suas responsabilidades supera aqueles negligentes que colocam diariamente a própria vida e a de terceiros em risco. No topo do ranking de infrações possíveis e imagináveis se sobressai o uso do telefone celular em deslocamento motorizado, inclusive nos veículos de duas rodas. As campanhas dos órgãos governamentais que têm por objetivo diminuir ou mesmo desestimular essa prática altamente temerária parecem não surtir o efeito desejado. Até mesmo as câmeras de fiscalização de tráfego são escancaradamente ignoradas, evidenciando o descaso do infrator contumaz com quaisquer meios de controle do Estado, que visam garantir o cumprimento das regras de trânsito e consequentemente a segurança dos usuários das vias públicas.

A constatação de que uma parcela significativa de motoristas brasileiros perdeu definitivamente o respeito pela vida alheia é pública e notória. O uso frequente de telefone celular ao volante está disseminado por todas as faixas etárias de condutores de veículos, porém, a ênfase maior recai sobre os jovens. Naturalmente mais ousados e destemidos, costumam realizar duas ou mais tarefas simultaneamente como dirigir, enviar e ler mensagens de texto, muitas vezes com resultados trágicos. Ocorre que esse é apenas mais um parêntese na interminável disputa por espaço travada nas vias públicas, cujos protagonistas recorrentes insistem em burlar a legislação. Por vezes se tem a impressão de que o motorista brasileiro, além de folgado e mal preparado para enfrentar o trânsito cada vez mais caótico, ainda se mostra relapso e distraído, ingredientes que contribuem decisivamente para a ocorrência de acidentes. Prova disso são os (maus) exemplos vistos por todo lado. O acionamento do dispositivo de mudança de direção é ignorado constantemente. O estacionamento na contramão de direção virou moda, por pura preguiça em se cruzar a rua a pé. O uso do cinto de segurança é simplesmente deixado de lado, pois o percurso de apenas algumas quadras é vencido em minutos. O respeito aos limites de velocidade estabelecidos para a via se restringe aos pontos de fiscalização por radares. A ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir não é mais motivo de intimidação. Nesse frenesi em constante movimento se destaca o participante mais vulnerável: o pedestre. Muitas vezes ousado, outras desatento à movimentação ao seu redor, quase sempre “investido” de direitos dos mais excêntricos possíveis, eis que o integrante autopropulsionado também apronta das suas. Atravessar fora da faixa de pedestres, ignorar os cruzamentos controlados por semáforo, andar displicentemente pela rua e outras traquinagens pontuais fazem parte do cotidiano dos que se deslocam por ruas e avenidas por meios próprios.

Esse comportamento demasiadamente arraigado realça o atraso cultural de uma nação, visto que o acatamento incondicional às regras de circulação é uma questão de educação e civilidade. O reflexo dessa conduta negligente é observado nos índices alarmantes de acidentes no trânsito. Se por um lado o aperfeiçoamento da tecnologia oferece condições cada vez mais propícias para o crescimento e o desenvolvimento humano e econômico em escalas sem precedentes, por outro o País sofre com a decadência contínua de valores morais, outrora considerados pilares basilares de uma sociedade. E pelo andar da carruagem, continuaremos ostentando nossa marca registrada.


Nota do Editor: José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva, PR.

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